Friday, August 25, 2006

Autor de Mundo de Sofia defende fim de Israel



Agência Estado

Um artigo em um dos maiores jornais da Noruega atacou Israel e o judaísmo, além de afirmar que Israel perdeu o direito de existir na sua forma atual. O artigo saiu no último sábado, segundo o jornal israelense Haaretz.Intitulado de "Povo escolhido por Deus", o artigo de Jostein Gaarder publicado di Aftenposten vem causando rebuliço na Noruega. Gaarder, autor de "O mundo de Sofia", faz uma relação entre os atos do exército de Israel no Líbano e a história judaica, e prevê um desmantelamento do Estado judeu como ele existe atualmente.

Em entrevista ao jornal israelense Haaretz, Gaarder disse ter sido mal interpretado. "Assim como John Kennedy declarou sou um berlinense, digo agora sou um judeu", afirmou. O artigo compara o governo de Israel, o regime Taleban no Afeganistão e o apartheid na África do Sul. "Nós não reconhecemos mais o Estado de Israel", e "o Estado de Israel em sua forma atual é história". "Chamamos assassinos de crianças de assassinos de crianças, e não iremos aceitar que eles tenham um mandato divino ou histórico que justifique suas barbáries", escreveu. "Limpeza étnica é condenável, atos terroristas contra civis são condenáveis, sejam eles realizados pelo Hamas ou por Israel!"Gaarder se refere diversas vezes ao papel que o judaísmo exerce nas aspirações territoriais de Israel, escrevendo que "não acreditamos na noção povo escolhido por Deus. Rimos das fantasias dessa nação e choramos pela seus atos errados." "É o Estado de Israel que falha para reconhecer e respeitar o estado de Israel das leis internacionais de 1948. Israel quer mais; mais água e mais cidades. Para conseguir isso, há aqueles que querem, com a ajuda de Deus, uma solução final para o problema palestino. O artigo gerou diversos comentários e debates calorosos na mídia norueguesa. O artigo também gerou um debate sobre as supostas tendências de anti-semitismo do autor e o seu direito de criticar Israel.

A jornalista e crítica de música judia, Mona Levin, falou em público contra Gaarder e disse estar chocada com o silêncio do governo. Ela atacou o gabinete denunciando o que ela descreveu como "a coisa mais medonha" que ela leu desde Mein Kampf, livro de Adolf Hitler. "Estamos lidando com um homem ignorante, cheio de ódio, que ridiculariza o judaísmo", afirmou Mona em entrevista da cidade de Oslo ao Haaretz. "Esse é um clássico manifesto anti-semita, que nem pode se disfarçar como uma crítica a Israel", afirmou a professora Dina Porat, chefe do Instituto para Estudos Contemporâneos sobre Anti-semitismo e Racismo da Universidade de Tel-Aviv. "O autor não coloca o conflito em seu contexto atual, mas volta a milhares de anos para afirmar que os judeus têm traços de crueldade que permanecem inalterados e se apresentam na guerra atual", diz a professora. Porat afirma que, de acordo com a União Européia, negar o direito de Israel existir - argumentando que a sua existência é racista - é uma declaração anti-semita. Ela também encontrou no texto de Gaarder o uso de símbolos clássicos do anti-semitismo, como o infanticídio.

"Eu estou no comando do instituto há 15 anos e não é todos os dias que leio um material com conteúdo tão radical."Gaarder escreve, entre outras coisas, que "não acreditamos que Israel lamenta a morte de 40 crianças libanesas mais do ele lamentou por mais de 3 mil anos, ter passado 40 anos no deserto". O norueguês escreveu também que os primeiros terroristas sionistas começaram a agir nos tempos de Jesus.

Ao falar com o Haaretz na terça-feira, um dia antes de parar de falar com a mídia, Gaarder disse que ele foi mal interpretado e que é amigo dos judeus. "Acho que o que o Hezbollah está fazendo é terrível", afirmou, e completou dizendo que ele apóia o direito dos judeus de existirem, assim como Israel como terra natal dos judeus desde 1948.

Jostein Gaarder se recusou a se retratar publicamente. Recentemente sinagogas têm sido atacadas na Noruega.

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Fonte: http://www.diepresse.com/Artikel.aspx?channel=k&ressort=k&id=577549

Jostein Gaarder:Anti-Israel-Essay sorgt für Aufregung
(diepresse.com) 10.08.2006
Die zehn Gebote als "lustige Steintafeln": Der norwegische Autor von "Sofies Welt" steht zu seinem umstrittenen Israel-Text - und schweigt.
Sieht sich mit dem Vorwurf des Antisemitismus konfrontiert: Jostein Gaarder. (c) EPA
Der für seinen provokanten Israel-Text heftig kritisierte norwegische Schriftsteller Jostein Gaarder (54) will sich nicht mehr zum Nahost-Konflikt äußern. "Ich muss mich von der weiteren Debatte zurückziehen", sagte der Autor des Weltbestsellers "Sofies Welt" (1994) am Mittwoch in Oslo. In einem Beitrag für die Zeitung "Aftenposten" hatte er kürzlich unter anderem erklärt: "Wir erkennen den Staat Israel nicht länger an." Wen er außer sich selbst mit dem mehrmals im Text verwendeten Begriff "Wir" gemeint hat, erklärte Gaarder allerdings nicht.

Vergleiche mit "Mein Kampf"
In Form einer "alttestamentarischen Prophezeiung" schrieb Gaarder, dass "Israel mit seiner skrupellosen Kriegskunst und seinen widerwärtigen Waffen die eigene Legitimität massakriert hat". Die Umwelt solle besonnen und mitleidig reagieren, "wenn die gesamte israelische Nation aus eigenem Antrieb zu Fall kommt und Teile der Bevölkerung aus ihren besetzten Gebieten in eine neuerliche Diaspora flüchten müssen".
Intellektuelle, Politiker und Angehörige der jüdischen Gemeinde warfen ihm daraufhin Antisemitismus vor und verglichen seinen Text mit Hitlers "Mein Kampf". Norwegens Außenminister Jonas Gahr Støre etwa nannte Gaarders Text "inakzeptabel und beunruhigend", weil Israel darin das Recht auf Schutz durch UN-Resolutionen aberkannt werde.

"Lustige Steintafeln"
Hintergrund der scharfen Reaktion in Norwegen war auch Kritik Gaarders an "den Juden" in seinem Text sowie die Einstufung der zehn Gebote als "lustige Steintafeln". Gaarder schrieb weiter: "Über 2000 Jahre haben wir die Lektionen des Humanismus gepaukt. Aber Israel hört nicht darauf."
Gaarders Essay sorgte auch anderweitig für Aufsehen: Nie zuvor hätten sich derart viele Leser im Internet geäußert, berichtete der Netzredakteur von "Aftenposten". Die Mehrzahl der Reaktionen fiel dabei aber positiv aus.
Der Schriftsteller begründete die Schärfe seines Artikels mit seiner Verzweiflung über die Entwicklung im Nahost-Konflikt. Der Text sei als "Weckruf für Israel" gedacht gewesen. Er stehe bis auf die "respektlose" Einstufung der zehn Gebote auch dazu, habe aber die "unberechenbare Wirkung" der alttestamentarischen Form unterschätzt. Zu der Kritik meinte er: "Sobald man den Staat Israel angreift, bekommt man den Vorwurf des Antisemitismus hinterhergeworfen." (Ag./Red.)