Monday, July 24, 2006

Como árvores durante uma tempestade

André Veríssimo*

Como muito bem diz o Professor Eyal Zisser no Diário israelita Yediot Aharonot , o Hizbullah e o seu Secretário-geral numa forma impassiva mitificam a importância desta organização terrorista e a importância iconológica do seu líder.

Hassan Nasrallah não deixa de ser um comando dos interesses iranianos e sírios quer dos ataques contínuos a vilas, cidades e kibutzim do norte de Israel. O que menos importará neste sentido é a existência da sua vida política. Isto porque nas organizações terroristas como é o caso, uns sucedem-se a outros. O que é considerado uma “resistência armada” é um instrumento legitimado pela organização dos serviços secretos iraniana. A forma como Israel vem actuando no cumprimento das decisões da Nações Unidas, retirando da Faixa de Gaza e tentando retaliar de modo a não por em causa vida de pessoas que servem de escudos humanos nos seus ataques cirúrgicos de remoção dos que se acoitam no Líbano como um Estado dentro de um Estado. À actividade patológica e intencional de destruição aleatória de vidas pela emissão de obuses e mísseis de grupos radicais contra as populações do Norte de Israel e particularmente contra a sua terceira cidade, Haifa, não resta ao Estado de Israel senão a legítima defesa do seu território soberano.

Dentro do extremo e complexo xadrez territorial e étnico-religioso em Beirute, Tripoli e no Líbano em Geral há uma procura de ajuste de contas contra os raptores e assassinos do Hizbullah mandatados pela política demencial iraniana. A população não tem sido no maior beliscada e os diversos grupos mantêm-se passivos ou mesmo indiferentes, quanto possível a esta política de defesa por parte de Israel: como é o caso dos Maronitas residentes na parte leste de Beirute, os Sunitas no centro de Beirute e Tripoli e os drusos nas Montanhas Shuf, bem como os seus apoiantes.

A organização segundo os especialistas, tem pouco tempo para ser desmantelada ou pelas pressões internacionais, quer dos países Árabes quer da comunidade Internacional. A isto agrega-se uma consciência crescente do papel activo e directo que o Irão e o eixo Damasco-Teerão oferecem como um respaldo militar, financeiro, estratégico, ideológico e religioso (radical).

A derrocada acontecerá para uma micro-organização que é a expressão compacta do desatino terrorista de hipocentro em Teerão, e do desafio das leis internacionais de respeito pela dignidade humana e defesa inexcedível da Paz, porque como bem diz Aaron Ram, actual Embaixador de Israel em Portugal: “Israel continuará as suas operações até que estes objectivos sejam alcançados. Há que compreender que as organizações terroristas existentes na região, na sua actividade terrorista, não só perturbam a normalidade da vida quotidiana como fazem perigar a estabilidade em toda a área e as legítimas aspirações de todas as partes para um futuro melhor. O interesse em fazer estas organizações cessarem as suas actividades terroristas é, não apenas local, por constituir uma ameaça estratégica para a região, mas internacional”.Contra um sinal de auto-afogamento em que se está a tornar a organização terrorista de Nasrallah pelos sinais de violência infligidos contra Israel e de escala de irresponsabilidade em que está inegavelmente metido o Povo de Israel pode realçar-se o primeiro bom resultado pela sua união em torno de si mesmo e pela expressão de consenso de todos os partidos da oposição que transmitiram o seu apoio a Ehud Olmert nesta guerra contra o terrorismo; por outro lado como diz Feivel Ziman, muitos habitantes do centro e do sul do país estão abrindo as suas casas para receber pessoas que vivem no norte e que estão buscando a protecção necessária contra o terrorismo, principalmente mulheres e os seus filhos enquanto que os homens permanecem nos seus lares.

Como diz o Mesmo autor, Feivel Ziman: nada sucede no mundo que vá contra a vontade de Hashem. Então TUDO o que acontece no mundo é bom. A equação diz-nos que tudo o que está a acontecer em Israel é bom, ainda que estejamos conscientes de que, acrescenta Feivel Ziman seja difícil entendê-lo em toda a sua extensão.Lendo um livro de Elie Wiesel, Noite, não posso deixar de repetir: Bendito seja o nome do Eterno! E milhares de bocas (estou certo) repetem a oração, como a voz do celebrante e prostram-se como árvores durante uma tempestade.

*Director CEIMOM