Friday, August 17, 2007
PARASHÁ SHOFTIM 5767
BS"D
"Efraim Birbojm"
QUEM É O DONO DA VIDA E DA MORTE?
– (17 de Agosto de 2007)
"Quando era muito jovem, o rabino Isser Zalman Meltzer ficou noivo de uma jovem de sua cidade. Mas logo chegaram aos ouvidos do pai da noiva rumores de que o noivo tinha uma grave doença e estava com os dias contados. Num primeiro momento ele não quis acreditar, mas como as pessoas insistiam em alertá-lo sobre o estado de saúde de seu futuro genro, ele decidiu verificar melhor os fatos. Procurou pessoalmente o médico que cuidava do rabino e perguntou sobre os boatos. O médico falou, com muita tristeza, que os boatos eram verdadeiros, pois o jovem tinha uma grave doença e não lhe restava muito tempo de vida.
Chocado com as notícias, o pai da noiva decidiu procurar o grande rabino Chafetz Chaim, para saber como proceder. Não queria que sua filha casasse com alguém que teria pouco tempo de vida, mas não sabia se poderia romper o noivado por este motivo. O Chafetz Chaim escutou atentamente o caso, e quando o pai da noiva perguntou se deveria desmanchar o noivado ou não, ele falou de forma firme e decidida:
- D'us é Quem dá a vida! Nenhum médico pode decidir os anos de vida de ninguém! Deixe que o casamento aconteça.
O casamento aconteceu, e o rabino Isser Zalman Meltzer viveu até os 84 anos"
------------------------
Existem no mundo muitas práticas que permitem saber o futuro e se comunicar com espíritos, como a cartomancia, o jogo de búzios e os centros espíritas. E em geral temos muito interesse em escutar o que as cartomantes têm a dizer sobre o nosso futuro, ou se comunicar com o além e saber o que o destino nos reserva. Mas será que isso é permitido, e será que nos faz bem?
A Parashá desta semana, Shoftim, trata justamente deste assunto, e nos adverte que todas estas práticas de divinação (prever o futuro) e contato com os mortos são consideradas graves transgressões, como diz o versículo: "Quando vocês forem para a terra que Hashem, teu D'us, dá para vocês, não aprendam a fazer como a abominação destes povos. Não se encontrará dentre vocês aquele que passa seu filho e sua filha pelo fogo, aquele que faz feitiçarias, mago, adivinho e bruxo; nem quem faz encantamentos, consulta espíritos e oráculos e interroga os mortos. Porque é uma abominação para Hashem todo aquele que faz isso... Íntegro você deve ser com Hashem, teu D'us" (Devarim 9-13). É interessante notar que a Torá não diz que estas práticas não funcionam. O judaísmo ensina que é possível se comunicar com espíritos e até mesmo saber coisas sobre o futuro. Então por que a Torá define estas práticas como uma abominação tão grande?
Todas estas formas de adivinhação do futuro e contato com os mortos descritas na Torá são feitas através da manipulação de forças espirituais impuras, que, apesar de não enxergarmos, contaminam nossa alma e nos desconectam do Criador, a fonte de espiritualidade. Rashi, comentarista da Torá, acrescenta ainda um outro motivo: a pessoa que desenvolve uma Emuná (fé) completa em D'us, e entende que Seus caminho são perfeitos e justos, não precisa buscar conhecer o futuro, e por isso está escrito "íntegro você deve ser com Hashem, teu D'us". Já a pessoa que vai atrás destas práticas demonstra sua falta de Emuná no Criador, apesar de ter muitos meios racionais de verificar a Sua perfeição e bondade.
Além disso nossos sábios ensinam que "Ein Mazal Leisrael" (Não há decretos espirituais para o povo judeu). O que isto significa? Que mesmo o que sim está decretado espiritualmente para o povo judeu pode ser modificado, e portanto não temos que buscar saber o futuro, pois o futuro está em nossas mãos, depende dos nossos atos. Como podemos mudar maus decretos? A resposta está em uma das rezas de Rosh Hashaná, quando dizemos: "Três coisas podem mudar um mau-decreto: Teshuvá (arrependimento), Tefilá (Reza) e Tzedaká (caridade)". Por que justamente estas três coisas? E mais do que isso, se D'us é perfeito, Ele não muda Seus decretos (mudar algo que havia sido previamente decidido implica em imperfeição). Como Teshuvá, Tefilá e Tzedaká podem mudar um decreto de D'us?
Ensinam nossos sábios que muitos decretos celestiais não são feitos para indivíduos, e sim para grupos de pessoas com certas características espirituais. Através do cumprimento das Mitzvót a pessoa pode mudar completamente seu status espiritual e sair do grupo onde se encontrava antes. O decreto não foi revogado, simplesmente não atinge mais a pessoa que se elevou espiritualmente. Portanto, a Teshuvá, a Tefilá e a Tzedaká podem mudar nossas vidas.
Para desenvolver uma Emuná completa em D'us, o primeiro passo é colocar no coração a certeza de que Ele tem controle sobre tudo. Todas as vezes que damos força para outros elementos, é uma forma de idolatria e de afastamento de D'us. Por exemplo, não podemos acreditar quando médicos decidem definir o tempo de vida de um paciente, e perder as esperanças. Tudo o que os médicos podem saber são conhecimentos da medicina, mas a vida e a morte estão apenas nas mãos de D'us. Inúmeros são os casos de pessoas desacreditadas pela medicina que se recuperaram e viveram muitos anos mais. Essa Emuná completa nos ajuda a viver uma vida muito mais tranqüila, com a certeza de que há Alguém 24 horas por dia nos ajudando em nossas vidas e no nosso crescimento espiritual.
SHTIKATEV VETECHATEM LECHAIM TOVIM (QUE SEJAMOS INSCRITOS E SELADOS PARA A VIDA)
"Efraim Birbojm"
QUEM É O DONO DA VIDA E DA MORTE?
– (17 de Agosto de 2007)
"Quando era muito jovem, o rabino Isser Zalman Meltzer ficou noivo de uma jovem de sua cidade. Mas logo chegaram aos ouvidos do pai da noiva rumores de que o noivo tinha uma grave doença e estava com os dias contados. Num primeiro momento ele não quis acreditar, mas como as pessoas insistiam em alertá-lo sobre o estado de saúde de seu futuro genro, ele decidiu verificar melhor os fatos. Procurou pessoalmente o médico que cuidava do rabino e perguntou sobre os boatos. O médico falou, com muita tristeza, que os boatos eram verdadeiros, pois o jovem tinha uma grave doença e não lhe restava muito tempo de vida.
Chocado com as notícias, o pai da noiva decidiu procurar o grande rabino Chafetz Chaim, para saber como proceder. Não queria que sua filha casasse com alguém que teria pouco tempo de vida, mas não sabia se poderia romper o noivado por este motivo. O Chafetz Chaim escutou atentamente o caso, e quando o pai da noiva perguntou se deveria desmanchar o noivado ou não, ele falou de forma firme e decidida:
- D'us é Quem dá a vida! Nenhum médico pode decidir os anos de vida de ninguém! Deixe que o casamento aconteça.
O casamento aconteceu, e o rabino Isser Zalman Meltzer viveu até os 84 anos"
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Existem no mundo muitas práticas que permitem saber o futuro e se comunicar com espíritos, como a cartomancia, o jogo de búzios e os centros espíritas. E em geral temos muito interesse em escutar o que as cartomantes têm a dizer sobre o nosso futuro, ou se comunicar com o além e saber o que o destino nos reserva. Mas será que isso é permitido, e será que nos faz bem?
A Parashá desta semana, Shoftim, trata justamente deste assunto, e nos adverte que todas estas práticas de divinação (prever o futuro) e contato com os mortos são consideradas graves transgressões, como diz o versículo: "Quando vocês forem para a terra que Hashem, teu D'us, dá para vocês, não aprendam a fazer como a abominação destes povos. Não se encontrará dentre vocês aquele que passa seu filho e sua filha pelo fogo, aquele que faz feitiçarias, mago, adivinho e bruxo; nem quem faz encantamentos, consulta espíritos e oráculos e interroga os mortos. Porque é uma abominação para Hashem todo aquele que faz isso... Íntegro você deve ser com Hashem, teu D'us" (Devarim 9-13). É interessante notar que a Torá não diz que estas práticas não funcionam. O judaísmo ensina que é possível se comunicar com espíritos e até mesmo saber coisas sobre o futuro. Então por que a Torá define estas práticas como uma abominação tão grande?
Todas estas formas de adivinhação do futuro e contato com os mortos descritas na Torá são feitas através da manipulação de forças espirituais impuras, que, apesar de não enxergarmos, contaminam nossa alma e nos desconectam do Criador, a fonte de espiritualidade. Rashi, comentarista da Torá, acrescenta ainda um outro motivo: a pessoa que desenvolve uma Emuná (fé) completa em D'us, e entende que Seus caminho são perfeitos e justos, não precisa buscar conhecer o futuro, e por isso está escrito "íntegro você deve ser com Hashem, teu D'us". Já a pessoa que vai atrás destas práticas demonstra sua falta de Emuná no Criador, apesar de ter muitos meios racionais de verificar a Sua perfeição e bondade.
Além disso nossos sábios ensinam que "Ein Mazal Leisrael" (Não há decretos espirituais para o povo judeu). O que isto significa? Que mesmo o que sim está decretado espiritualmente para o povo judeu pode ser modificado, e portanto não temos que buscar saber o futuro, pois o futuro está em nossas mãos, depende dos nossos atos. Como podemos mudar maus decretos? A resposta está em uma das rezas de Rosh Hashaná, quando dizemos: "Três coisas podem mudar um mau-decreto: Teshuvá (arrependimento), Tefilá (Reza) e Tzedaká (caridade)". Por que justamente estas três coisas? E mais do que isso, se D'us é perfeito, Ele não muda Seus decretos (mudar algo que havia sido previamente decidido implica em imperfeição). Como Teshuvá, Tefilá e Tzedaká podem mudar um decreto de D'us?
Ensinam nossos sábios que muitos decretos celestiais não são feitos para indivíduos, e sim para grupos de pessoas com certas características espirituais. Através do cumprimento das Mitzvót a pessoa pode mudar completamente seu status espiritual e sair do grupo onde se encontrava antes. O decreto não foi revogado, simplesmente não atinge mais a pessoa que se elevou espiritualmente. Portanto, a Teshuvá, a Tefilá e a Tzedaká podem mudar nossas vidas.
Para desenvolver uma Emuná completa em D'us, o primeiro passo é colocar no coração a certeza de que Ele tem controle sobre tudo. Todas as vezes que damos força para outros elementos, é uma forma de idolatria e de afastamento de D'us. Por exemplo, não podemos acreditar quando médicos decidem definir o tempo de vida de um paciente, e perder as esperanças. Tudo o que os médicos podem saber são conhecimentos da medicina, mas a vida e a morte estão apenas nas mãos de D'us. Inúmeros são os casos de pessoas desacreditadas pela medicina que se recuperaram e viveram muitos anos mais. Essa Emuná completa nos ajuda a viver uma vida muito mais tranqüila, com a certeza de que há Alguém 24 horas por dia nos ajudando em nossas vidas e no nosso crescimento espiritual.
SHTIKATEV VETECHATEM LECHAIM TOVIM (QUE SEJAMOS INSCRITOS E SELADOS PARA A VIDA)