Tuesday, November 28, 2006







• PESSOAL... E TRANSMISSÍVEL


Eduardo Lourenço, outra visão de Portugal
Na véspera do aniversário de Eduardo Lourenço, que amanhã comemora oitenta anos, a TSF reedita a conversa emitida por altura da condecoração do pensador com a Legião de Honra do Estado francês, em Janeiro do ano passado.
( 18:12 22 de Maio 03 )


Carlos Vaz Marques

Friday, November 24, 2006

AO DIRECTOR DE EL PAÍS


A propósito de Maruja Torres


Estimado Sr. Director:

Soy un asiduo lector de El País desde hace más de 15 años y en primer lugar quisiera felicitarle por sus intentos de tratar de ser objetivos e imparciales en la información de los conflictos internacionales desde su línea editorial. Comprendo que Ud. no puede controlar ni censurar lo que escriben sus colaboradores habituales, pero sí debe saber que un diario del prestigio internacional de El País no puede publicar según qué artículos o frases porque pone en juego su reputación.


Los artículos de Maruja Torres pueden ser muy amenos en algunos aspectos y hasta interesantes en otros pero en muchas ocasiones destilan un odio ciego y hasta agresivo contra todo un país. Es muy lícito criticar a un gobierno determinado por unas determinadas acciones aún incluso sin conocer las circunstancias (cómo es su caso), pero lo que es totalmente inaceptable es que esta persona se declare hasta 3 veces abiertamente antisionista. Porque antisionista quiere decir exactamente que no se acepta la existencia de Israel. Y en numerosas ocasiones esta señora ha acusado directamente a toda la sociedad israelí de todos los males del mundo y sólo criminaliza a una sóla parte del conflicto adoptando una postura totalmente parcial,con insultos graves e impropios para que se publiquen en un diario como El País. Su israelofobia es de tal magnitud que incluso confunde israelíes con judíos y ha llegado a escribir que comprende a los judeóbobos (lo escribió en un artículo muy reciente en su diario). Estas afirmaciones sin duda incitan a la xenofobia, al racismo y por supuesto a la judeofobia.

Estoy convencido, Sr. Director, que éste no es su propósito, el incitar a este delito penado por la ley inducido por Maruja Torres.

Tan sólo pedirle que recapacite y lea detenidamente los artículos de Maruja Torres sobre todo cuando escribe sobre Israel y cómo lo hace y juzgue Ud. mismo si es apropiado y si es acorde con el prestigio que quiere tener El País.

Muy atentamente

Isaac Levy

Parashá Toledot

Rab. Shlomó Wahnón


Livro Bereshit / Genesis 25:19 al 28:9

25 de Novembro de 2006 - 4 de Kislev 5767


Resumo da Parashá

A parashá desta semana tem início com a recordação de que nos primeiros vinte anos de casados, Itzchak e Rivká não tiveram filhos. Depois de terem rezado ao Todopoderoso, Ele abençoou-os e posteriormente tiveram gémeos; Yaacov e Esav. Esav era o mais velho e mais forte e dedicou-se às tarefas do campo, tendo sido caçador, enquanto que Yaacov foi um grande estudioso da Torá. Esav foi o filho preferido de Itzchak, enquanto Yaacov foi preferido de sua mãe.

Numa certa ocasião, Esav voltou muito cansado dos seus trabalhos no campo e viu que Yaacov estava a cozinhar lentilhas vermelhas, foi então que Esav pediu ao seu irmão que lhe desse rapidamente do seu guisado. Yaaccov disse-lhe que em troca da comida lhe vendesse a sua primogenitura, já que Esav não demonstrava qualquer interesse nela e assim, ao comer e beber desprezou os seus direitos de primeiro filho.

Tinha começado uma época de fome que obrigou Itzchak a mudar-se para Guerar, para as terras do Rei Avimelech. Aí lhe apareceu o Eterno para lhe confirmar a promessa que já tinha feito a seu pai, que a sua descendência seria tão numerosa como as estrelas do céu e que receberiam a terra de Canaã como herança.

Tal como seu pai fez, Itzchak disse aos habitantes de Guerar que Rivká era a sua irmã, até que o próprio Avimelech descobriu que não era e ordenou que ninguém causasse dano algum a Itzchak ou à sua esposa. Itzchak prosperou e foi invejado pela gente de Guerar, pelo que Avimelech lhe pediu que abandonasse a região.

Itzchak apressou-se para ir para Beer Sheva onde foi visitado por Avimelech e este ao ver que Itzchak era uma pessoa agraciada pelo Eterno, concordou assinar com ele um tratado de paz. Entretanto Esav casou-se com duas mulheres hititas.

Itzchak era já ancião, tinha perdido a vista e sentia que devia bendizer o seu filho mais velho. Por isso pediu a Esav que fosse ao campo a caçar e que depois cozinhasse uma comida saborosa que depois o bendiria. Rivka ouviu a conversa e decidiu que Yaacov vestisse as roupas de Esav, cobrindo as suas mãos e o seu pescoço com pele de cabra para que aparentasse o seu irmão mais velho. Preparou uma comida e enviou Itzchak para seu pai Yaacov. A princípio, Yaacov duvidou de quem se apresentava, se era o seu filho Esav ou não mas após sentir as suas mãos aveludadas, tranquilizou-se. Depois Itzchak pediu a seu filho que se aproximasse, beijou-o e abençoou-o.

Esav chegou da sua caça e preparou comida para seu pai e aproximou-se dele para receber a benção que lhe correspondia. Mas logo Itzchak descobriu que fora Yaacov quem tinha recebido a sua bênção primeiro. Bendisse-o predizendo que os seus descendentes viveriam pela espada e serviriam os descendentes de Yaacov. A partir deste momento e devido também a este acontecimento, Esav passou a odiar Yaacov e planeou matá-lo quando seu pai morresse. Rivká conhecedora de toda situação, enviou Yaacov para Charan, para a casa de seu irmão Labão até que a ira de Esav passasse. Itzchak bendisse novamente Yaacov para que as bençãos de Avraham se cumprissem entre ele e os seus descendentes e viessem assim herdar a terra de Canaã. Também lhe ordenou que não tomasse para esposa as filhas dos cananitas e que apenas o fizesse de Padan Aram, entres as filhas de Laban. Esav compreendeu que as filhas de Canaã eram más perante os olhos de Itzchac e decidiu tomar outra mulher, Machalat filha de Ismael, filho de Avraham.

Comentário sobre a Parashá

“E Itzchak rogou ao Eterno ...” (Bereshit: 25.21)

“...E Itzchak e sua esposa pediram ao Eterno, pois ela era estéril e o Eterno aceitou as suas preces e Rivká, sua mulher concebeu”. Neste pequeno relato da Torá e através das orações de Itzchak e Rivká, podemos aprender muitos princípios sobre a importância e as regras da reza.

Conceitos como: “Não se compara a reza do necessitado com aquele que não se encontra necessitado”, “Todo aquele que pede pelo seu companheiro, Hashem responde primeiro às suas necessidades.”, “Em todo o lugar onde me implores, chegarei e responder-te-ei”, “Não se compara a reza de um justo, cuja procedência são os tzadikim, com a petição de um justo de procedência duvidosa.”

É através do estudo das rezas dos nossos antepassados que poderemos entender os conceitos da Halakhá. Toda a pessoa deve guiar-se por intermédio das Tefilot, implorar ao Todopoderoso as suas necessidades e nunca desesperar-se perante qualquer situação por mais complexa e difícil que seja. O Rei Hizkiyahu criticou bastante o profeta Yeshayahu, quando este foi enviado por Hashem para anunciar-lhe o seu rápido falecimento, ao que o Rei Hizkiyahu, homem temente de Hashem e grande estudioso da Torá perguntou ao profeta qual o motivo de tal ditame, ao que o profeta lhe respondeu, por não ter casado e não ter desejado descendência. O Rei comentou-lhe que tinha decidido não casar-se para não ter filhos já que lhe tinha sido anunciado no seu “Ruach Hakodesh” que a sua descendência não seguiria os caminhos da Torá. A isto o profeta responde: ”...e nas contas de Hashem quem te manda indagar? Deverias ter cumprido a tua obrigação e o que Hashem dispõe não é da tua conta:” Depois de reconhecer o equívoco, pediu para casar-se com a filha do profeta mas este negou-lha , assinalando-lhe que: “Hashem não é um ser humano para arrepender-se”. O rei pediu-lhe que terminasse a sua mensagem e saísse da sua presença, pois já tinha reconhecido o seu erro. “Assim nos ensinam os nossos antepassados: ainda que tenhamos uma espada ao pescoço não devemos desespear-nos pelas desgraças.”

Disseram os nossos Sábios que: a reza, o arrependimento e a tzedaká têm o poder de abolir todo e qualquer ditame e assim recitam os tzadikim nas rezas de Rosh Hashaná e Yom Kipur. A Torá comenta-nos a gravidez de Rikvá e diz-nos: “E pugnam os seus filhos dentro dela”. E ela afirma: “Se é assim, porque é que me acontece isto? E consultou o Eterno”. O Midrash conta-nos que a problemática de Rivká começou quando ao passar pelo Beit Hamidrash de Torá de Sem e Ebed, sentia que o feto queria sair e alegrava-se muito mas acontecia que, quando passava próximo dos templos de idolatria sentia que também desejava sair pelo que ficou confusa. Como é que um feto não tinha as suas inclinações definidas? Ela sabia que o Todopoderoso cria as criaturas com inclinações bem definidas, quem vai ser Tzadik e quem vai ser perverso e a todos nos deu a Torá como meio para podermos sobrepor-nos às nossas inclinações naturais, tal como foi dito: “Criei-te com más inclinações (Yetzer Hará) mas dei-te a Torá como remédio (Torá Tablin)”. Mas Rivká não conseguia entender como podia um mesmo feto estar atraído ao mesmo tempo pelo bem e pelo mal, pelo correcto e pelo errado, até que Hashem lhe mostrou que tinha gémeos no seu ventre e isto tranquilizou-a mais.

Como pôde Rivká tranquilizar-se sabendo que o seu filho não era um medíocre senão que, engendraria dos filhos, um deles com tendências idólatras? Rivká sabia que até o idólatra tem a opção de corrigir o seu caminho e voltar à Torá mas quem está confuso e não sabe o que quer da vida, nunca poderá estar consciente da sua situação e portanto não poderá corrigir-se. Encontramo-lo na Hagadá de Pessach, quando dizemos: “Como é que a Torá falou de quatro filhos: Chacham, Tam, Eno Yodea Lishol (o Sábio, o Perverso, o Ingénuo e aquele que Não Sabe Perguntar)”. Sabendo que a Torá dá uma grande importância à ordem das coisas e às afirmações dos nossos Sábios, como é os nossos Sábios puderam colocar o perverso em segundo lugar, antes do Tam e do Desconhecedor, estão longe de poder chegar a ter as capacidades do Sábio. Rivká sofria porque pensava que estava grávida de um menino indeciso, que não sabia diferenciar o bem do mal, a verdade da mentira e esse é o motivo porque os nossos Sábios contemporâneos viram nos movimentos judaicos como conservador, reformista, neo-reformista e quem sabe quantos grupos mais poderíamos encontrar no “lego” do nosso povo. Trata-se de um perigo muito maior que o liberalismo, pois este não tenta interpretar erroneamente a Torá segundo interesses ou necessidades, senão que, simplesmente não lhe interessa e o dia em que tiver interesse ou necessidade em conhecê-lo, não será influenciado por falsidades provocadas por interesses ou necessidades, não porque a Torá não permita a discussão ou o pluralismo de ideias, pelo contrário, toda a nossa tradição e Torá se baseiam na diversidade de opiniões mas com uma condição fundamental: as opiniões têm que estar baseadas no conhecimento e na integridade. Milhões de comentários, estudos e polémicas têm acompanhado cada letra e palavra da Torá mas cada uma das imposições, limitações ou costumes rabínicos que se foram definindo ao longo da história do nosso povo não podem ser apagadas ou renegadas com a desculpa de que o mundo mudou.”O Shabat guardou mais o Povo de Israel, que o Povo de Israel guardou o Shabat”.


Shabat Shalom




Thursday, November 23, 2006

Las No-Noticias...


SA


Cuando el nuevo Estado de Israel, en legítima defensa y habida cuenta de un casus belli pre-existente que la origine,
entra en beligerancia con sus declarados enemigos, es SIEMPRE noticia.

Durante algo más de 60 años, Israel ha combatido varias guerras e insurrecciones. En total, infortunadamente, se cuenta
con la pérdida de vidas humanas de árabes de varios países limítrofes por un aprox. de 60.000 personas.

Solo el 10% - han sido palestinos - propiamente dichos. La cifra, SESENTA MIL, repito, en seis décadas.

Pero ahora veamos la cantidad de muertos árabes que se han originado entre ellos mismos (o sus colonizadores)
y en los que Israel no ha tenido arte ni parte... y han sido No - Noticias, o sea prácticamente soslayados
por la prensa mundial; casi como si no hubiesen existido.

A saber:

(a) Argelia.- C/ Francia y una guerra civil posterior: 1.000.000 de muertos.

(b) Sudán.- Dos guerras civiles: 3.000.000 de muertos.

(c) Afganistán.-Invasió n Unión Soviética y guerra civil: 2.500.000 muertos.

(d) Somalía.- Guerra Civil : 500.000 muertos.

(e) Bangladesh.- Con Pakistán ( fue una masacre): 2.000.000 de muertos.

(f) Indonesia.- Guerra civil: 500.000 muertos

(g) Irak/Irán.- Guerra entre ellos y guerras civiles: Irak: 2.000.000 de muertos. Irán: 1.000.000 de muertos.

(h) Yemen.- Guerra Civil: 150.000 muertos.

(i) Chechenia.- Intervención rusa: 200.000 muertos.

(j) Líbano.- Siria y Guerra Civil: 130.000 muertos.

(h) Jordania.- Masacre del Reyno Hashemita a palestinos: 25.000 muertos.

(i) Siria.- Guerra civil: 200.000 muertos.

- Falta contar Uganda, Kosovo, Nigeria, Mauritania, Armenia, Zanzíbar, Turquía, Chad, todas guerras civiles o
masacres grupales! Aprox: 150.000 muertos.

Es decir, árabes muertos por árabes (salvo los casos de colonización o independencia) en guerras civiles o
plenas masacres sectarias, da un total de más de TRECE MILLONES DE MUERTOS.

Sesenta mil muertos por un lado, vis-a-vis, ¡¡Trece millones de muertos por el otro!!...

Preguntas: ¿Recuerdan haber visto, escuchado o leído algo de estos
casos en los medios masivos de comunicación? ¿Creen que la gran mayoría de gente sabe algo respecto de todos estos casos?
¿ Es que acaso la prensa internacional en general, digamos CNN, o los intelectuales de izquierda en particular,
digamos Saramago, le dan igual tratamiento al conflicto palestino-israelí (ver primera parte) que al resto de lo aquí señalado?.

Las respuestas se caen de maduras : un NO rotundo; o un APENAS en
el mejor de los casos: el conspicuo silencio, brilla por su ausencia.

Fuente:
Artículo titulado "Y el mundo permanece en silencio"
(traducido del hebreo) del doctor Ben Dror Yemini, publicado en el diario "Maariv" de Israel.

Wednesday, November 22, 2006

Parshas Toldos Malachi 1:1-2:7

Rabino Dovid Siegel

This week's haftorah warns us to cherish our relationship with Hashem and never take advantage of it. Although the Jewish people enjoy a special closeness with Hashem, they are reminded to approach Him with reverence.

The prophet Malachi addressed them shortly after their return from Babylonia and admonished them for their lack of respect in the Bais Hamikdash. He said in Hashem's name, "I love you...but if I am your father where is My honor? The kohanim disgrace My name by referring to My altar with disrespect." (1:2,6) Rashi explains that the kohanim failed to appreciate their privilege of sacrificing in Hashem's sanctuary. Although they had recently returned to Eretz Yisroel and the Bais Hamikdash it did not take long for them to forget this. They quickly acclimated themselves to their sacred surroundings and viewed their sacrificial portions like ordinary meals. When there was an abundance of kohanim and each one received a small portion he responded with disrespect. (ad loc) Even the sacrificial order was treated lightly and kohanim would offer, at times, lame or sick animals displaying total disrespect to their sacred privileges.
Malachi reprimanded them for their inexcusable behavior and reminded them of the illustrious eras preceding them. The kohanim in those generations had the proper attitude towards Hashem's service and conducted themselves with true reverence. Hashem said about such kohanim, " My treaty of life and peace was with him, and I gave him (reason for) reverence. He revered Me and before My name he was humbled." (2:5) These verses particularly refer to Aharon Hakohain, the earliest High Priest to serve in the Sanctuary. They speak of a man so holy that he was permitted to enter the Holy of Holies. Yet, he always maintained true humility and displayed proper reverence when entering Hashem's private quarters. The Gaon of Vilna reveals that Aharon's relationship extended beyond that of any other High Priest. He records that Aharon was the only person in history allowed access to the Holy of Holies throughout the year, given specific sacrificial conditions. But, this privilege never yielded content and never caused Aharon to become overly comfortable in Hashem's presence.

Parenthetically, Malachi draws special attention to the stark contrast between the Jewish nation's relationship with Hashem and that of other nations. Their relationship with their Creator is one of formal respect and reverence. Malachi says in Hashem's name, "From the east to the west My name is exalted amongst the nations....But you (the Jewish people) profane it by refering to Hashem's altar with disgrace." Radak (ad loc.) explains the nations exalt Hashem's name by recognizing Him as the supreme being and respectfully calling Him the G-d of the gods. (1:12) They afford Him the highest title and honor and never bring disgrace to His name. This
is because they direct all their energies towards foreign powers and false deities and never approach Hashem directly. Their approach allows for formal respect and reverence resulting in Hashem's remaining exalted in their eyes. The upshot of this is because their relationship with Him is so distant that it leaves no room for familiarity or disgrace.

The Jewish people, on the other hand, enjoy a close relationship with Hashem. We are His beloved children and the focus of His eye. We are permitted to enter His sacred chamber and sense His warmth therein. This special relationship leaves room for familiarity and content, and can lead, at times, to insensitivity and disrespect. During the early years of the second Bais Hamikdash this warmth was to tangible that the kohanim lost sight of their necessary reverence and respect. This explains Malachi's message, "Hashem's says, 'I love you ... but where is My honor?'" The Jewish people are always entitled to His warm close relationship but are never to abuse it. Malachi therefore reminded them to be careful and maintain proper respect and reverence for the Master of the universe.

This contrast between the Jewish and gentile approach to Hashem finds its origins in their predecessors' relationship to their venerable father. The Midrash quotes the illustrious sage, Rabban Shimon Ben Gamliel bemoaning the fact that he never served his father to the same degree that the wicked Eisav served his father, Yitzchok. Rabban Shimon explained, "Eisav wore kingly robes when doing menial chores for his father, but I perform these chores in ordinary garments." (Breishis Rabba 65:12)

This proclamation truly expresses Eisav's deep respect and reverence for his father. However, there is a second side to this. This week's sedra depicts their relationship as one of formality and distance. We can deduce this from the Torah's narrative of Eisav's mode of speech when addressing his father in pursuit of his coveted bracha. The Torah quotes Eisav saying, "Let my father rise and eat from the provisions of his son." (Breishis 27:31) Eisav always addressed his father like a king in a formal and distant- albeit respectful- third person. Yaakov, on the other hand, did not serve his father with such extraordinary reverence. He undoubtedly showed his father utmost respect but related to him with closeness and warmth. His association was too internal to allow for formal speech. The Torah therefore quotes Yaakov's words to his father during his bracha, "Please rise and eat from my preparations..." (27:19) Even when attempting to impersonate Eisav, Yaakov could not bring himself to speak to his father in any other tone than warm and love. (comment of R' Avrohom ben HaRambam ad loc.)

We, the Jewish people follow the footsteps of our Patriarch Yaakov and relate to our Heavenly father with warmth and closeness rather than coldness and distance. Although Yaakov never reached Eisav's ultimate levels of reverence he showed his father true respect through love, warmth and deep appreciation. We approach Hashem in a similar manner and relate to Him with our warmth and love and deep appreciation. The nations of the world follow their predecessor and approach the Master of the universe in a very different way. They maintain their distance and relate to Him in a formal and cold - albeit respectful and reverent way.

This dimension expresses itself in our approach towards our miniature Bais Hamikdash, the synagogue. Although it is truly Hashem's home wherein His sacred presence resides a sense of warmth and love permeates its atmosphere. We, the Jewish people are privileged to feel this closeness and enjoy His warmth and acceptance. However, we must always remember Malachi's stern warning, "Hashem says, 'I love you like a father does his son, but if I am your father where is My honor?'" We must always follow in our forefather Yaakov's footsteps and maintain proper balance in our relationship with our Heavenly father. We should always approach Him out of warmth and love, yet never forget to show Him proper respect and reverence.

Our turbulent and troubling times reflect Hashem's resounding wake up call. They suggest that Hashem seeks to intensify His relationship with His people. Hashem is calling us to turn to Him and realize that all existence depends on Him. Let us respond to His call and show our loyalty to this relationship. Let us show Him our true appreciation by affording Him proper respect and reverence in his sacred abode. Let it be Hashem's will that we merit through this to intensify our relationship with Him and ultimately bring the world to the exclusive recognition of Hashem.

Um desafio à extinção

Tereza Poole

Durante o jantar, na antiga Kaifeng, no centro da China, Zhao Xiangru, 68, repousa seus pauzinhos sobre a mesa. "Nasci em Kaifeng, em 1930", diz ele. "Meus antepassados eram judeus, eu tenho sangue judeu. Tudo isso me foi dado por D-us.
Isso não foi uma escolha pessoal". Apesar de estarmos na China, na mesa de Zhao não havia carne de porco.A existência de um grupo de chineses que reivindicam ser descendentes de judeus é um dos mais curiosos legados da história chinesa.
Em algum momento da dinastia Song (690/1126 e.C;), cerca de 500 comerciantes judeus que viajavam pela Rota da Seda decidiram se estabelecer em Kaifeng, a esplêndida capital imperial com uma crescente população de 1 milhão de habitantes. Os judeus eram provavelmente da Pérsia, mas os estudiosos não têm certeza de sua origem.
Eles foram bem recebidos pelo imperador e construíram a primeira sinagoga de Kaifeng, em 1163. Durante séculos mantiveram as tradições judaicas e os rituais religiosos, incluindo a circuncisão dos meninos e a proibição de comer carne suína.
No início da dinastia Ming (1368/1644), o imperador estabeleceu sete sobrenomes para os judeus de Kaifeng: Ai, Lao, Zhao, Zhang, Shi, Jin e Li. Mas a assimilação à comunidade chinesa e os casamentos inter-étnicos deixaram sua marca na identidade judaica. O último rabino da comunidade morreu por volta de 1800. Perto de 1860, a sinagoga já estava em mau estado e não era mais freqüentada. Ela foi demolida. Em 1912, o local foi vendido para missionários canadenses. No terreno foi construído o Hospital Público Número Quatro.
Atualmente, entretanto, há aqueles em Kaifeng que anunciam suas raízes judaicas de modo prazeroso. Alguns tentaram, mas não conseguiram, que Pequim classificasse os judeus da China como minoria étnica nacional. Outros tentaram, também sem sucesso, atrair investimentos israelenses e de outros judeus para Kaifeng. Muitos viram recusados seus pedidos para emigrar para Israel, onde o status religioso dos moradores de Kaifeng não foi reconhecido porque na China a linha de transmissão religiosa é patriarcal.
Para o judaísmo dominante, filhos de mães judias são judeus. Filhos de mães não judias e de pais judeus não são judeus. Xu Xin, o único professor da China de Estudos Judaicos, estima que há entre quinhentas e mil pessoas em Kaifeng que são descendentes da velha comunidade judaica. Eles têm pouco contato entre si e poucos são tão fiéis às suas raízes étnico-religiosas como Zhao. O conhecimento da língua hebraica e de textos religiosos está há muito tempo extinto. A abstinência à carne suína é o único costume preservado. Mas alguns descendentes mais velhos, como Zhao, ainda têm lembranças distantes do cotidiano judaico. Zhao se recorda da celebração de lom Kipur e de outras festas judaicas que sua família comemorava quando ele era criança. Um registro de família de 14 gerações, escrito em hebraico e chinês, foi apreendido pelos guardas vermelhos durante a Revolução Cultural, diz ele.
Wendy Abraham, uma norte-americana estudiosa da China, que pesquisou a história judaica de Kaifeng, entrevistou os mais velhos descendentes da cidade nos anos 80. Shi Zhongyu, na época com 66 anos, contou que lembrava ter visto, numa caixa médica, o símbolo da Estrela de David bordado em um tecido de seda vermelha. Poucos sinais foram deixados pelos ancestrais judeus de Kaifeng. No chão de uma sala dos fundos do hospital, encontra-se uma laje redonda gravada com esculturas retas. Era a tampa do poço da velha sinagoga.
Subindo para o topo das escadas de um velho museu da cidade há uma porta com cartaz: "Exibição da História e da Cultura dos Antigos Judeus de Kaifeng", normalmente mantida trancada. Ali estão as mais significativas marcas da herança judaica: duas inscrições da velha sinagoga, de 1489 e 1512. A última diz, em parte: "O fundador desta religião é Abraão. Depois dele Moisés, que transmitiu as escrituras..." Uma pedra da sinagoga e reproduções de documentos que agora estão fora da China completam a pequena exibição. O curador do museu, Mo Huomin, diz: "Chineses comuns não estão interessados, mas nós abrimos para visitantes, estudiosos e grupos de estrangeiros. Poucos descendentes de Judeus de Kaifeng vêm aqui. Já que essas inscrições existem há muito tempo, todos as conhecem". As autoridades de Kaifeng estão incertas sobre como lidar com a excepcional história do judaísmo na cidade. "Nos últimos anos", diz Xu, "havia poucas pessoas em Kaifeng que marcaram suas carteiras de identidade chinesas como "youtai" (judeu em chinês). Infelizmente, eu ouvi que no ano passado o Escritório Público de Segurança pediu que eles trocassem a palavra "youtai" por outra coisa qualquer". Quando pedimos às autoridades governamentais para encontrar alguns dos descendentes de judeus de Kaifeng, os oficiais se recusaram a marcar os encontros. Talvez essas atitudes mudariam se a história dos judeus de Kaifeng se mostrasse mais proveitosa.
Desde 1993 há tentativas de encorajar investimentos de judeus em Kaifeng. "Em 1994, eu tive a idéia de uma Zona Especial para Judeus Estrangeiros de Desenvolvimento Econômico", diz Zhao. Outros projetos propostos incluíam uma fazenda, um hospital e planos de reconstruir uma sinagoga. "Investimentos judeus ou israelenses", diz Zhao, "iriam não somente ter um impacto econômico, mas também uma importância política que iria amarrar os laços judeus".
Mas tudo isso não levou a nada. Como Xu admite, "o ambiente para investimento não é favorável". O turismo, almejado pelos judeus do Ocidente, parece o setor mais favorável a ser promovido, mas Xia Feng, no Departamento de Marketing do Escritório de Turismo de Kaifeng, diz que não há planos para encorajar isso. Um problema é a insuficiência de coisas para serem vistas. Abraham desenvolve os "Tours da História Judaica da China", que no último mês trouxe o quarto grupo de turistas judeus dos estudos Unidos para Kaifeng. O chamariz de qualquer tour, é claro, é a possibilidade de encontrar alguns descendentes de judeus com memórias dos anos 30. Mas mesmo essa atração deve acabar logo.

* Tereza Poole é jornalista e escreveu este artigo originalmente no jornal "The Independent". Posteriormente foi publicado em Diáspora, com tradução de Maristella do Valle. E mais tarde publicado também na Revista Rio Total, enviado por Leon M.Mayer,presidente da Loja Albert Einstein da B'nai B'rith do Rio de Janeiro.

A destruição por dentro

Agência EFE
10:55 21/11

A Corte Suprema de Israel ordenou hoje ao Ministério do Interior que registre como casados cinco casais de homossexuais que contraíram casamento no exterior.

A decisão judicial, sem precedentes, abre caminho a milhares de casais do mesmo sexo que desejam contrair matrimônio, em um país onde não existe o casamento civil e só duas pessoas da mesma religião podem se casar.
Seis dos sete juízes do tribunal votaram a favor de um recurso apresentado pelos cinco casais homossexuais, casados no Canadá.
Os casais solicitaram ao Ministério do Interior israelense que os registrasse como casados, mas tiveram seu pedido negado, já que o Estado alegou que a lei israelense entende por casamento a união entre um homem e uma mulher.
"Israel não têm os marcos legais apropriados para esses casamentos", alegou o Estado aos juízes.
Os litigantes pediram aos magistrados que se aplique a Lei de Casamentos aos casais homossexuais, assim como acontece com os casais heterossexuais, ou seja, que o casamento civil no exterior seja reconhecido pelo Registro Civil. A Associação pelos Direitos Civis de Israel, que apresentou o recurso em nome dos cinco casais, alegou que a negação do Ministério do Interior a registrá-los como casados se inspirava na homofobia e violava o direito de casais do mesmo sexo a uma vida em família.
"É muito importante, após a recente onda de distúrbios que vivemos por causa da Parada gay (em Jerusalém)", disse um porta-voz da associação após a divulgação da decisão judicial.
Itay Pinkas, um dos favorecidos pelo ditame, disse ao jornal "Ha'aretz" que "este é um dia histórico para a comunidade e para a democracia. Esta é a verdadeira Parada Gay".
Pinkas se referia à frustrada intenção no último dia 10 de realizar uma manifestação de homossexuais por Jerusalém, que gerou uma onda de protestos por parte dos ultra-ortodoxos judeus.
A decisão judicial permitirá a estes casais, entre outras coisas, desfrutar das pensões de seus cônjuges, assinar autorizações por eles em caso de inabilitação física ou adotar legalmente os filhos do outro.
Os magistrados que votaram hoje estavam presididos, pela última vez, por Aharon Barak, cujo mandato na Presidência do Tribunal Supremo encerrou. Barak, nos últimos anos, mudou a jurisprudência em Israel.
"Barak nos deixou um presente de despedida que coloca em perigo a célula familiar. Ele nos deixa Sodoma e Gomorra", reagiu o deputado ortodoxo Moshé Gafni, do partido Judaísmo Unido da Torá.
Itzjak Cohen, ministro dos Assuntos Religiosos, do partido Shas, afirmou que a Corte Suprema "caiu no adultério. O casamento só é permitido sob a fé de Moisés e da tradição de Israel".
Outros líderes ortodoxos, indignados com a decisão judicial, asseguraram que apresentarão um projeto de lei no Parlamento para reverter a decisão do Tribunal Supremo.
"A Corte Suprema se transformou no pior inimigo do Estado judeu. Enquanto o Hamas e o Irã tentam nos destruir de fora, a Corte Suprema se encarrega de fazê-lo de dentro", disse o deputado Abraham Ravitz, do Judaísmo Unido da Torá.

La lógica conspirativa del integrismo islámico


DOMINGO, 29 de octubre de 2006


Marcelo Hacker



El fanatismo religioso no funciona sin la figura de un enemigo mortal que hay que combatir con todos los medios. Términos como "guerra santa" (Yijad), "cruzada contra los impíos", etc, son las figuras retóricas que delatan este mecanismo persecutorio.


Al leer los discursos y programas del grupo palestino Hamas o del presidente iraní Ahmadineyad resulta obvio que este papel de enemigo mortal y despreciable lo tienen asignado EEUU, pero sobre todo Israel y los judíos en el fenómeno, a la vez psíquico y político, del integrismo islámico y su obsesivo antisemitismo.


El neurótico y el niño siempre echan sus culpas al Otro. Aunque resulta riesgoso trasladar sin más este fenómeno psicológico al terreno de la política y la vida social, el paralelo resulta contundente.


El discurso islamista radical siempre pone la culpa del evidente fracaso de las sociedades árabes e islámicas, sumidas en el atraso crónico pese a la sideral renta petrolera que obtienen muchas de ellas, en un enemigo exterior y en sus aliados locales, quintacolumnistas a los que hay que exterminar. Por esto Hamas, Hezbolá y el régimen iraní denuncian sin cesar una "conspiración", a la que agregan el infaltable adjetivo "sionista".


También la egipcia Hermandad Musulmana o Al Qaeda recurren una y otra vez esta acusación-excusa. Por ejemplo, muchos iraníes e iraquíes están totalmente de acuerdo en que la Mezquita Dorada de Samarra fue volada en febrero pasado por un "complot" estadounidense. Pese a la aplastante evidencia política de que a EEUU lo último que le convenía era un ataque como el de Samarra, justo cuando se definía en aquel momento el nuevo Ejecutivo de unidad nacional, cuya conformación se retrasó en gran medida por la tremenda ola de asesinatos y vendettas entre shiítas y sunitas que desató ese atentado y que a esta altura ya es una crónica guerra de religión, la que destruye cualquier perspectiva de estabilización en Irak.


El caso de Irán y sus 25 años de fallida revolución islámica es emblemático en esto de buscar culpables del propio fracaso fuera de casa. Ante la falta de logros en el frente doméstico, especialmente en lo económico y social, los mulás pusieron a Ahmadineyad en la presidencia para que maximalizara la confrontación con Israel y Occidente y erigirse, al menos discursivamente, en el gran aliado de palestinos y libaneses.


La lógica conspirativa que aplican los islamistas iraníes está a salvo de refutaciones, funciona siempre, pase lo que pase: si, por ejemplo, la gripe aviar atacara duramente a Israel, Ahmadineyad y sus voceros dirían sin dudar que se trata de un castigo de Alá a la "entidad sionista". Si la plaga, en cambio, se ensañara con Irán, con la misma certeza absoluta acusarían de la calamidad a otra "conspiración de los sionistas".


El ensayista estadounidense Paul Berman hace un convincente paralelo entre el integrismo islámico y el nazi-fascismo. Ambos, dice Berman, repiten la misma fobia por la sociedad liberal-democrática, imperdonablemente abierta, laica y crítica. Ambos hacen apología de la muerte heroica en lucha contra satánicos enemigos. Nada casualmente los dos, nazi-fascismo e integrismo islámico, toman al "judaísmo internacional" como su predilecto objeto fóbico.


También la otra gran ideología escatológica y violenta del siglo XX, el comunismo, fue marcadamente antisemita. Berman recuerda que Stalin, hacia el fin de su vida, planeaba un exterminio masivo de hebreos, culpables, claro está, de "traición". La matanza no se concretó por la providencial muerte del dictador, quien de todas formas se fue a la tumba con varios genocidios y miles de judíos asesinados en su cuenta.

Postagem: André Veríssimo, Presidente, KOAH, Director CEIMOM

PIERRE REHOV



The Psychology Behind Suicide Bombings By Pierre Rehov, documentary filmmaker On July 15, MSNBC's "Connected" program discussed the July 7th London attacks. One of the guests was Pierre Rehov, a French filmmaker who has filmed six documentaries on the intifada by going undercover in the Palestinian areas. Pierre's upcoming film, "Suicide Killers," is based on interviews that he conducted with the families of suicide bombers and would-be bombers in an attempt to find out why they do it. Pierre agreed to a request for a Q&A interview here about his work on the new film.


Q - What inspired you to produce "Suicide Killers," your seventh film?

A - I started working with victims of suicide attacks to make a film on PTSD (Post Traumatic Stress Disorder) when I became fascinated with the personalities of those who had committed those crimes, as they were described again and again by their victims. Especially the fact that suicide bombers are all smiling one second before they blow themselves up.


Q - Why is this film especially important?

A - People don't understand the devastating culture behind this unbelievable phenomenon. My film is not politically correct because it addresses the real problem, showing the real face of Islam. It points the finger against a culture of hatred in which the uneducated are brainwashed to a level where their only solution in life becomes to kill themselves and kill others in the name of a God whose word, as transmitted by other men, has become their only certitude.


Q - What insights did you gain from making this film? What do you know that other experts do not know?

A - I came to the conclusion that we are facing a neurosis at the level of an entire civilization. Most neuroses have in common a dramatic event, generally linked to an unacceptable sexual behavior. In this case, we are talking of kids living all their lives in pure frustration, with no opportunity to experience sex, love, tenderness or even understanding from the opposite sex. The separation between men and women in Islam is absolute. So is contempt toward women, who are totally dominated by men. This leads to a situation of pure anxiety, in which normal behavior is not possible. It is no coincidence that suicide killers are mostly young men dominated subconsciously by an overwhelming libido that they not only cannot satisfy but are afraid of, as if it is the work of the devil. Since Islam describes heaven as a place where everything on Earth will finally be allowed, and promises 72 virgins to those frustrated kids, killing others and killing themselves to reach this redemption becomes their only solution.


Q - What was it like to interview would-be suicide bombers, their families and survivors of suicide bombings?

A - It was a fascinating and a terrifying experience. You are dealing with seemingly normal people with very nice manners who have their own logic, which to a certain extent can make sense since they are so convinced that what they say is true. It is like dealing with pure craziness, like interviewing people in an asylum, since what they say, is for them, the absolute truth. I hear a mother saying "Thank God, my son is dead." Her son had became a shaheed, a martyr, which for her was a greater source of pride than if he had became an engineer, a doctor or a winner of the Nobel Prize. This system of values works completely backwards since their interpretation of Islam worships death much more than life. You are facing people whose only dream, only achievement goal is to fulfill what they believe to be their destiny, namely to be a Shaheed or the family of a shaheed. They don't see the innocent being killed, they only see the impure that they have to destroy.


Q - You say suicide bombers experience a moment of absolute power, beyond punishment. Is death the ultimate power?

A - Not death as an end, but death as a door opener to the after life. They are seeking the reward that God has promised them. They work for God, the ultimate authority, above all human laws. They therefore experience this single delusional second of absolute power, where nothing bad can ever happen to them, since they become God's sword.


Q - Is there a suicide bomber personality profile? Describe the psychopathology.

A - Generally kids between 15 and 25 bearing a lot of complexes, generally inferiority complexes. They must have been fed with religion. They usually have a lack of developed personality. Usually they are impressionable idealists. In the western world they would easily have become drug addicts, but not criminals. Interestingly, they are not criminals since they don't see good and evil the same way that we do. If they had been raised in an Occidental culture, they would have hated violence. But they constantly battle against their own death anxiety. The only solution to this deep-seated pathology is to be willing to die and be rewarded in the afterlife in Paradise.


Q - Are suicide bombers principally motivated by religious conviction?

A - Yes, it is their only conviction. They don't act to gain a territory or to find freedom or even dignity. They only follow Allah, the supreme judge, and what He tells them to do.


Q - Do all Muslims interpret jihad and martyrdom in the same way?

A - All Muslim believers believe that, ultimately, Islam will prevail on earth. They believe this is the only true religion and there is no room, in their mind, for interpretation. The main difference between moderate Muslims and extremists is that moderate Muslims don't think they will see the absolute victory of Islam during their lifetime, therefore they respect other beliefs. The extremists believe that the fulfillment of the Prophecy of Islam and ruling the entire world as described in the Koran, is for today. Each victory of Bin Laden convinces 20 million moderate Muslims to become extremists.


Q - Describe the culture that manufactures suicide bombers.

A - Oppression, lack of freedom, brain washing, organized poverty, placing God in charge of daily life, total separation between men and women, forbidding sex, giving women no power whatsoever, and placing men in charge of family honor, which is mainly connected to their women's behavior.


Q - What socio-economic forces support the perpetuation of suicide bombings?

A - Muslim charity is usually a cover for supporting terrorist organizations. But one has also to look at countries like Pakistan, Saudi Arabia and Iran, which are also supporting the same organizations through different networks. The ironic thing in the case of Palestinian suicide bombers is that most of the money comes through financial support from the Occidental world, donated to a culture that utterly hates and rejects the West (mainly symbolized by Israel).


Q - Is there a financial support network for the families of the suicide bombers? If so, who is paying them and how does that affect the decision?

A - There used to be a financial incentive in the days of Saddam Hussein ($25,000 per family) and Yasser Arafat (smaller amounts), but these days are gone. It is a mistake to believe that these families would sacrifice their children for money. Although, the children themselves who are very attached to their families, might find in this financial support another reason to become suicide bombers. It is like buying a life insurance policy and then committing suicide.


Q - Why are so many suicide bombers young men?

A - As discussed above, libido is paramount. Also ego, because this is a sure way to become a hero. The shaheeds are the cowboys or the firemen of Islam. Shaheed is a positively reinforced value in this culture. And what kid has never dreamed of becoming a cowboy or a fireman?


Q - What role does the U.N. play in the terrorist equation?

A - The U.N. is in the hands of Arab countries and third world or ex-communist countries. Their hands are tied. The U.N. has condemned Israel more than any other country in the world, including the regime of Castro, Idi Amin or Kaddahfi. By behaving this way, the U.N. leaves a door open by not openly condemning terrorist organizations. In addition, through UNRWA, the U.N. is directly tied to terror organizations such as Hamas, representing 65 percent of their apparatus in the so-called Palestinian refugee camps. As a support to Arab countries, the U.N. has maintained Palestinians in camps with the hope to "return" into Israel for more than 50 years, therefore making it impossible to settle those populations, which still live in deplorable conditions. Four hundred million dollars are spent every year, mainly financed by U.S. taxes, to support 23,000 employees of UNRWA, many of whom belong to terrorist organizations (see Congressman Eric Cantor on this subject, and in my film "Hostages of Hatred").


Q - You say that a suicide bomber is a 'stupid bomb and a smart bomb' simultaneously. Explain what you mean.

A - Unlike an electronic device, a suicide killer has until the last second the capacity to change his mind. In reality, he is nothing but a platform representing interests which are not his, but he doesn't know it.


Q - How can we put an end to the madness of suicide bombings and terrorism in general?

A - Stop being politically correct and stop believing that this culture is a victim of ours. Radical Islamism today is nothing but a new form of Naziism. Nobody was trying to justify or excuse Hitler in the 1930s. We had to defeat him in order to make peace one day with the German people.


Q - Are these men traveling outside their native areas in large numbers? Based on your research, would you predict that we are beginning to see a new wave of suicide bombings outside the Middle East?

A - Every successful terror attack is considered a victory by the radical Islamists. Everywhere Islam expands there is regional conflict. Right now, there are thousands of candidates for martyrdom lining up in training camps in Bosnia, Afghanistan and Pakistan. Inside Europe, hundreds of illegal mosques are preparing the next step of brain washing to lost young men who cannot find a satisfying identity in the Occidental world. Israel is much more prepared for this than the rest of the world will ever be. Yes, there will be more suicide killings in Europe and the U.S. Sadly, this is only the beginning.

Talmude I


André VERÍSSIMO alumia abc da cultura judaica
14 Novembro

O CAB – FFB Braga teve o privilégio de receber para abertura do diálogo inter-religioso André Veríssimo, nosso Presidente, Koah e Director CEIMOM.
Escritor algo representativo no pensamento contemporâneo. Veríssimo chegou para ministrar palestra sobre “Cristianismo e Judaísmo – Nós os judeus”. A entrada foi livre e a sessão começou às 21:15 horas.Os temas mais frequentes da sua obra são: a realidade do judaísmo e seu trabalho navega por vários géneros, como ficção (em jornais), ensaio, crónica, e já foi publicado ou referenciado em Espanha, Portugal, Itália (em conjunto com outros autores), Israel, com alguma repercussão crítica.


“O Judaísmo é uma necessidade vital e completa a tarefa do espírito”.


Rebeca V. Lima

Tuesday, November 21, 2006

Fernando Savater - La importancia de la formación ciudadana


• PESSOAL... E TRANSMISSÍVEL
Fernando Savater


Constanza Mazzina (*)
Rits. Brasil, abril del 2003.
«La ciudadanía activa se apoya en el derecho de saber, de obtener explicaciones, de ser involucrado, de ser escuchado y de ser tomado en consideración»
-Ranson y Stewart (1994)-
Según la teoría democrática moderna, los representantes del pueblo deben ser designados mediante elecciones (1). Este enfoque parte de la estrecha relación entre elecciones y democracia: sin elecciones, sin la abierta competencia por el poder entre fuerzas sociales y agrupaciones políticas, no hay democracia. Las elecciones competitivas constituyen el rasgo distintivo de la democracia y el que nos permite distinguirla de otras formas de gobierno (2). Las elecciones competitivas son la fuente de legitimación del sistema político. Un gobierno surgido de elecciones libres y universales se reconoce como legítimo y democrático.
La extensión del derecho de voto a todos los ciudadanos hace deseable que los ciudadanos estén en condiciones de conocer los datos elementales de las opciones políticas, de manera tal que puedan formarse una opinión (fundada). Asimismo, la difusión de la información y la libertad de expresión, parecen necesarias para que la democracia no sea un simple simulacro. De esta manera, la información y la educación (en y de nuestros derechos y deberes) son dos condiciones indispensables para el funcionamiento regular de la democracia. Giovanni Sartori (1997) nos señala que cada maximización de democracia requiere que "el numero de persona informadas se incremente y que, al mismo tiempo, aumente su competencia, conocimiento y entendimiento. Si tomamos esta dirección, entonces el resultado es un demos potenciado, capaz de actuar mas y mejor que antes. Pero si, por el contrario, esta dirección se invierte, entonces nos acercamos a un demos debilitado" (3).
La educación del ciudadano (4) debe estar destinada no solo a consolidar la democracia como régimen político, sino a potenciar y fortalecer el desarrollo de la democracia como un estilo de vida que favorece nuestra convivencia. Educar para la democracia significa aprender a vivir en democracia: con la capacidad de actuar cívica y responsablemente, consustanciándose con valores como la justicia, la libertad, la responsabilidad, la legalidad, el pluralismo, la tolerancia, el respeto mutuo, la participación y la democracia propiamente dicha.
Educar en y para la democracia implica crear las condiciones que hacen posible la vivencia y la práctica de dichos valores. Es por ello que la educación es un instrumento fundamental para la democracia, porque no solo debemos transmitir conocimientos o contenidos (por ejemplo, aprender de memoria nuestros derechos constitucionales) sino, generar conductas sociales responsables que serán las que obrarán como el mejor guardián de los derechos inalienables de todos y cada uno de nosotros (siguiendo nuestro ejemplo: cómo ejercer esos derechos y cómo respetar esos mismos derechos para los demás).

La educación política es una forma de promover el compromiso con la democracia y la libertad. Debemos propender a la capacitación de los ciudadanos y estimularlos para que participen en forma responsable en y para su comunidad, sea a nivel local, regional o nacional. La democracia solo se revitalizara cuando los ciudadanos nos convenzamos de que tenemos una palabra que decir y que hacer respetar, en el barrio, en la ciudad, en el país. La delegación de autoridad operada frente a la imposibilidad de ejercer el poder de forma directa reclama inevitablemente mayor transparencia y eficacia en la elección de los representantes, el proceso de toma de decisiones, la gestión cotidiana del gobierno y la administración en la ejecución de las políticas y el control de las instituciones (Blanco, Frühling, Guzmán, 1995). Pero para ello es necesario poseer un conocimiento acabado de qué y cómo se puede controlar. Desde esta perspectiva se hace necesario que el proceso electoral sea conocido por cada ciudadano, de manera que su participación electoral sea debidamente informada tanto en relación con los procesos y mecanismos electorales como en cuanto a los contenidos que se dirimen en la contienda electoral. Porque esta es la instancia en que el soberano, es decir, el pueblo, ejerce el soberano acto de elegir, reelegir, rechazar, incluso, remover. Por otro lado, en el contexto de los procesos electorales es necesaria la educación y capacitación de aquellos ciudadanos que deben asumir roles específicos, tales como integrantes de las mesas receptoras de sufragios, representantes o apoderados de las candidaturas que participan en el proceso. Así surge la necesidad de una labor educativa significativa que posibilite y facilite la participación de los ciudadanos en los procesos electorales.

En relación con la pregunta ¿qué hace necesaria la educación de la ciudadanía? Existen numerosas razones que hacen de tal función una tarea imprescindible y esencial para la consolidación de la democracia. Como señala Fernando Savater: "No están mal formados (los ciudadanos) académicamente sino sobre todo mal formados cívicamente: no saben expresar argumentadamente sus demandas sociales, no son capaces de discernir en un texto sencillo o en un discurso político lo que hay de sustancia cerebral y lo que es mera hojarasca demagógica, desconocen minuciosamente los valores que deben ser compartidos y aquellos contra los que es licito -incluso urgente- rebelarse. (...) Lo realmente malo es que la educación no va mas allá, que no consigue acuñar miembros responsables y tolerantes, por críticos que sean, para vivir en sociedades pluralistas" Es imprescindible educar para la tolerancia, ya que el consenso y el disenso son dos caras de una moneda única (5).
La educación o formación ciudadana apunta a insertar creativa y dinámicamente a la persona dentro de una sociedad democrática. Se trata de lograr que la persona asuma su ciudadanía en forma activa (6), de un modo creativo que le permita un mayor desarrollo de sí mismo y que, consecuentemente, beneficiará al conjunto de la sociedad de la que forma y es parte, ya que necesariamente el ser humano alcanza su propio perfeccionamiento como individuo en relación con otros, en una continua interacción con otras personas. Por otra parte, la sociedad en la cual participa la persona está organizada de un modo determinado; pero la sociedad no está estructurada en una modalidad específica para siempre. Por el contrario, puede y debe ir cambiando en la permanente búsqueda de una organización que posibilite la mejor calidad de vida para cada persona. En este sentido, el cambio para la sociedad sólo puede darse si cada persona es un ciudadano participativo y creativo, desde el pequeño espacio de cada uno. Su aporte individual, sumado al de otras personas, es la fuerza dinamizadora que incentiva el perfeccionamiento de la sociedad logrando así materializar la idea que la organización política de la sociedad es también perfectible, principio que es consustancial a la idea de la democracia.
De lo que hemos dicho se desprende que la educación política o formación cívica de cada persona es permanente: así lo requiere la democracia, lo demanda la sociedad global y, por último, así lo necesita la persona humana. Además, la educación cívica debe ser válida para todos los ciudadanos, es decir, debe tener el carácter de universalidad, para lo cual debe tener como fundamento los valores universales del ser humano que, por otro lado, también fundamentan la democracia.
Asimismo, debemos complementar la enseñanza con la formación práctica para lograr la armonía de un espíritu abierto al mundo. La actividad política (entendida como participación en los asuntos de la "polis") es el complemento de la educación para la democracia. Es la posibilidad que tiene cada ciudadano de asumir en plenitud lo que la constitución le ofrece como derechos y obligaciones. Un proceso de "alfabetización política" solo tendrá éxito si ésta se practica. El ejercicio de la ciudadanía no se reduce al hecho de elegir gobernantes periódicamente a través del voto (7). Cuando esto falla puede significar varias cosas:
I. Que no hay educación integral para la democracia: es decir, que no hemos aprendido o interiorizado una forma de vida democrática: esto no significa que el ciudadano tenga que "vivir para ocuparse de los asuntos de la polis", pero si que sepa -por ejemplo- por qué no participa, por qué no opina, por qué no vota y cómo esto afecta su vida cotidiana.
II. Que no existe real sino decorativa democracia: complementando el punto anterior, nos limitamos a una democracia procedimental, donde elegimos periódicamente representantes -donde muchas veces tales procedimientos pueden y deben ser cuestionados en cuanto a su transparencia y legitimidad-, pero no hacemos de la democracia una forma de vida en y para nuestra sociedad, no la practicamos en aquellos pequeños espacios donde participamos o de los cuales formamos parte, como el consorcio del edificio o el club de fútbol del que somos socios.
III. Que no se desarrolla la vida política en si, sino que se ha caído en politiquería: la política en tanto actividad arquitectónica en sentido aristotélico pierde toda validez e importancia en una sociedad que desprecia a la "política" y al "político". Podemos constatar un alto grado de desafección desde la ciudadanía hacia la política en general y hacia los políticos en particular. Luego, frente a esa apatía y rechazo, los políticos desarrollan un estilo de vida propio y practicas fraudulentas y clientelistas, desconociendo en muchos casos las demandas y necesidades de los ciudadanos que los erigen como representantes. Como señala la Dra. Jackisch (1999) "no resulta desatinado suponer que el descrédito de la clase política, las criticas al clientelismo, la digitación de las candidaturas y, en general, la falta de transparencia en la vida partidaria, hayan colaborado en este aumento de la falta de interés y de aceptación de las propuestas políticas existentes".

Las sociedades democráticas pueden existir con diferentes niveles de participación y de interés por parte de los mismos ciudadanos, aunque es evidente que de ello se desprenden varias consecuencias8. La indiferencia cívica supone el desinterés ciudadano por los asuntos políticos y por la conducción del estado. Este desinterés se muestra en el no cumplimiento de los deberes cívicos, en la despreocupación por la marcha de los asuntos de la comunidad y en la realización de acciones que entorpecen la búsqueda del bien común. Las consecuencias de esta indiferencia son múltiples: facilita que el poder sea arbitrariamente controlado por unos pocos; fomenta el incumplimiento de las leyes y demás normas; favorece a quienes cometen actos ilegales en perjuicio de la Nación y da mayores posibilidades a que predomine el interés sectorial por sobre el interés general. En cambio, la plena vigencia de la democracia presupone que los ciudadanos adoptarán ciertas actitudes en tanto sujetos de derechos y de deberes. Para que una sociedad pueda funcionar con justicia, se considera que un derecho generalmente también implica una responsabilidad, cada derecho tiene como contrapartida un deber. ¿A quién recurrir ante un problema ambiental si hay competencias a nivel estatal, regional y local? ¿Quién va a rendirle cuentas al ciudadano y a quién tiene éste que dirigirse en busca de información o si pretende tratar de influir en la política? La dificultad de localizar a los responsables de las decisiones se complica aún más cuando se trata de decisiones cuyos responsables carecen de responsabilidad política. Ser ciudadano es contar con un número de derechos y responsabilidades y ejercerlos frente al Estado y a la comunidad a la que se pertenece, no solo conocerlos, sino conocer los medios para defenderlos en todo lugar y en todas las circunstancias.
La democracia depende, en última instancia, de la convicción que tienen los propios demócratas. No hay democracia sin demócratas. Por ello, Gianfranco Pasquino nos señala que: "(...) La democracia se muestra como un régimen muy exigente. Es exigente con los ciudadanos, de quienes requiere una participación consistente, informada, influyente. No requiere, como temen los exponentes de la teoría elitista de la democracia, explosiones de participación, que podrían ser manipuladas por líderes populistas y antidemocráticos. Requiere, al contrario interés sostenido en el curso del tiempo, acompañado por aquella información que educa a los ciudadanos y hace de ellos participantes conscientes".
Encontramos, por lo tanto, posible y necesario desplegar actividades destinadas a interiorizar los valores de la convivencia, a formar hábitos democráticos y formar una cultura ciudadana. La democracia no sobrevivirá a través del tiempo sino se transmiten los valores que la sustentan. Como sostiene Fernando Savater: "la diferencia entre una democracia y un autoritarismo es que en la democracia somos políticos todos. (...) Porque todos es una democracia somos políticos y no hay mas remedio que serlo. Lo fastidioso es que nos obliga a tener que preocuparnos siempre por la cuestión política, y para eso hay que aprender a participar en la gestión publica de las cosas (...)" (9).

Referencias bibliográficas

Rafael Blanco - Hugo Frühling -Eugenio Guzmán (1995) . "Seguridad Ciudadana. Políticas Públicas". Universidad Nacional Andrés Bello, CED e I LD.
Carlota Jackisch (1999), "Sistemas electorales y sus consecuencias políticas". Compiladora.
CIEDLA -KAS. Buenos Aires, Argentina.
Giovanni Sartori (1997), "Homo Videns". Taurus. Madrid, España.
Fernando Savater, nota publicada en Viva de Clarín, titulada "Eduquemos mejor".
Fernando Savater (1999) "Etica y ciudadanía", Caracas. Pag. 182-18.

Notas:
1 Literal y etimológicamente, democracia significa: poder del pueblo. Sin embargo, Schumpeter señala que en una democracia "el papel del pueblo consiste en crear gobierno". En Capitalism, Socialism and Democracy, NY, 1942. Siguiendo a G. O´Donnell: "en las democracias contemporáneas, o poliarquias, los ciudadanos tienen el derecho a votar en elecciones competitivas. Esto significa que se supone que harán su elección

(choice) entre no menos de cinco opciones. Esta elección (choice) no tendría sentido si no tuvieran un grado suficiente de autonomía personal para ser conscientes de la opción que hacen (conciously making such a choice)". En: "Polyarchies and the (un)rule of law in Latin America". Published in Juan Mendez, G. O´Donnell y P.S. Pinheiro, eds. The rule of Law and the Underprivileged in Latin America. University of Notre Dame Press, 1998.
2 Norberto Bobbio sostiene que "Cuando se habla de democracia, en cuanto contrapuesta a todas las formas de gobierno autocrático, es considerarla caracterizada por un conjunto de reglas que establecen quién esta autorizado para tomas las decisiones colectivas y bajo qué procedimientos". Norberto Bobbio, En "El futuro de la democracia". FCE, México, 2000. Decimos generalmente que un régimen político es democrático cuando el poder no es absoluto sino limitado por una Constitución; el acceso al poder político se logra mediante una competencia abierta y limpia en los procesos electorales; el poder se ejerce de un modo temporal y no a perpetuidad; los ciudadanos tienen derechos, garantías y libertades protegidos por la Constitución y las leyes.
3 Recordemos que en la novela "1984", George Orwell escribía que: "en cierto modo, la visión del mundo inventada por el Partido se imponía con excelente éxito a la gente incapaz de comprenderla. Hacia aceptar las violaciones mas flagrantes de la realidad porque nadie comprendía del todo la enormidad de lo que se les exigía ni se interesaba lo suficiente por los acontecimientos públicos para darse cuenta de lo que ocurría.". Bureau Editor, Buenos Aires, 2000. Pag. 121
4 Utilizamos el concepto ciudadanía en la acepción vinculada a la tradición republicana que se refiere a la ciudadanía como la constituida por aquellos que participan activamente (y no solo en términos electorales) en la vida pública. La acepción mas utilizada del término es la que remite a quienes son partícipes de un conjunto de derechos asociados a la nacionalidad, en última instancia, un conjunto de personas titulares de derechos.
5 "(...) Solamente allí donde el disenso es libre de manifestarse, el consenso es real y que, solamente allí donde el consenso es real, el sistema puede llamarse justamente democrático". N. Bobbio, "El futuro de la democracia", FCE; México, 2000, pag. 72 6 "Si todavía se puede hablar de una ampliación del proceso de democratización, dicha ampliación se debería manifestar, no tanto en el paso de la democracia representativa a la democracia directa, como se suele considerar, cuanto en el paso de la democracia política a la democracia social, no tanto en la respuesta a la pregunta ¿quien vota? Como en la contestación a la interrogante ¿donde vota?. En otras palabras, cuando se desea conocer si se ha dado un desarrollo de la democracia en un determinado país, se debería investigar no si aumento o no el numero de quienes tienen el derecho a participar en las decisiones que les atañen, sino los espacios en los que pueden ejercer ese derecho." Norberto Bobbio, "El futuro de la democracia", FCE; México, 2000
7 Como sostiene Samuel Huntington: "El compromiso político es bueno para la sociedad -hace que la democracia sea mas significativa y el gobierno mas receptivo- y es bueno para el individuo, lo desarrolla como un ser moral y como un ciudadano responsable de la comunidad. Esta creencia se manifiesta no solamente en la cantidad y frecuencia de las elecciones de funcionarios públicos, sino también en la cantidad y actividad de muchas asociaciones que se forman para promover intereses privados y el bien publico". En "No es fácil elegir". Editorial Persona a Persona S.A
8 En Consideraciones sobre la democracia representativa, J. Stuart Mill distinguía a los ciudadanos activos de los pasivos y especifica que en general los gobernantes prefieren a los segundos porque es mas fácil tener controlados a súbditos dóciles e indiferentes, pero la democracia necesita de los primeros. Citado por N. Bobbio, "El futuro de la democracia", FCE; México, 2000, pag 39
9 En esta misma línea, un articulo reciente de René Balestra señalaba que " todos somos políticos y forzosa y necesariamente vivimos dentro de la política. Vivir dentro de la polis, en medio o junto a otros como nosotros, nos convierte en pasivos y en activos de la política. Incluso el anacoreta, siempre, ha estado involucrado en el tema. Estar aislado, separado, apartado, lo convierte en parte de lo que rechaza". En La Nación, 22-06-2002
http://www.lainsignia.org/2003/abril/soc_013.htm
(*) Constanza Mazzina é professora nas universidades argentinas USAL - Universidade do Salvador e UCES - Universidade de Ciências Empresariais e Sociais.
Este texto foi publicado originalmente no site do Instituto Internacional de Governabilidade (www.iigov.org).

Confessa, Savater, que trabalhou sempre o menos possível e que se o trabalho é pago é por não ter nada de bom. O escritor e pensador espanhol Fernando Savater é o convidado de Carlos Vaz Marques, ao fim da tarde, para uma conversa em que se fala de prazeres e preocupações: dos livros de aventuras à ETA.
( 21:20 28 de Junho 06 )

Carlos Vaz Marques
REGISTO AUDIO
1. Fernando Savater2. Fernando Savater3. Fernando Savater
Pessoal... e Transmissível

Tuesday, November 07, 2006

Parashá Vayera

Rabbi Aron Tendler

Parshas Vayera


Note: The Shabbos Torah Reading is divided into 7 sections. Each section is called an Aliya [literally: Go up] since for each Aliya, one person "goes up" to make a bracha [blessing] on the Torah Reading.

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1st Aliya: The three angels appear to Avraham and foretell the birth of Yitzchak. Upon hearing the news, Sarah laughs to herself.


2nd Aliya: The angels depart to destroy Sodom, and Hashem [G-d] tells Avraham about His plans for destroying Sodom. Pasuk 18:18-19 proclaims G- d's confidence in Avraham to teach the world the concept of justice. Avraham negotiates, unsuccessfully, on behalf of Sodom.


3rd Aliya: The story of the destruction of Sodom is told. Lot's generosity to the "two visitors" is rewarded and he, his wife, and only two of their children are saved from Sodom.


4th Aliya: Lot's wife looks back upon the destruction of Sedom and dies, and Lot and his two daughters escape into the mountains. Lot's daughters conspire to rebuild humankind, and taking advantage of Lot's drunkenness, they become pregnant from Lot resulting in the birth of Ammon and Moav. Avraham encounters Abimelech after which Sarah gives birth to Yitzchak in the year 2048.


5th Aliya: Yishmael and Hagar are forced out of Avraham's home, and an angel reassures Hagar of Yishmael's destiny.


6th Aliya: Abimelech and his general Phichol resolve their conflict with Avraham over water rights, and they "sign" a covenant of peace.


7th Aliya: In the year 2085, when Avraham was 137 and Yitzchak was 37, Avraham is commanded to sacrifice Yitzchak. This amazing story heralds the end of Avraham and Sarah's era, and the beginning of Yitzchak and Rivkah's era.

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Haftorah Vayera


Sometime around the year 3043 - 705 b.c.e., Elisha took over the mantle of prophecy from Eliyahu. Elisha served the Jewish people as their mentor and protector, and this week's Haftorah relates two of the miraculous incidents that he performed. The first story is of Ovadya's widow and the pitcher of oil that continued to pour until she had enough oil to pay off
all her debts and make a decent living.


The second is the Shunamis who was unable to conceive children. After being blessed with a son, the child dies and Elisha performs the miracle of resurrecting the boy's life. In both instances, basic human needs were satisfied through the righteous individuals trust in the Navi and in Hashem's providence. The widow's husband was the great Ovadya who risked his own life and fortune to protect 100 prophets from the murderous purge of Achav and Ezevel. The Shunamis and her husband were wealthy, G-d fearing people who generously provided for all who needed. Both women could have expected that their basic needs for income and family be
deservedly provided by G-d.


The theme of Vayera is trusting Hashem beyond the limits of rational and assumed justice. As with Sarah and Avraham, the trust that Ovadya's widow and the Shunamis had in Hashem was unrelated to their limited human expectations. They trusted Hashem to provide as He saw fit, without any strings attached.

Impacting Others -- and Ourselves

Dovid Rosenfeld

Chapter 6, Mishna 6, Ways 26-27


"Torah is greater than priesthood and kingship, for kingship is acquired with 30 qualities, priesthood is acquired with 24, whereas the Torah is acquired with 48 ways. These are: ... (26) making a fence for one's words, (27) not taking credit for oneself..."


(26) Making a "fence" for one's words: This expression means to limit in some way one's speech. (The term "fence" is often used by the Sages metaphorically, as a safeguard. The precise meaning and ramifications are not entirely clear, and the commentators offer a number of explanations.


Some commentators (Midrash Shmuel) understand this to be a general injunction to limit one's speech, as excessive talk leads to empty if not sinful speech.


R. Samson Raphael Hirsch explains in a manner more pertinent to scholars: A scholar should not be too vocal or outspoken. Although he should be prepared to speak out against injustice and take what are usually unpopular stands for truth, he should not force his views upon others. He will preface his statements as being his own understanding of the matter. Likewise, the scholar should not cheapen his words by talking too much. His words should be limited and well-chosen; when he does speak, it should be worth listening to.


Another interpretation (Machzor Vitri, Ya'avetz) is that the scholar must safeguard his words from misinterpretation. His words must be clear and unambiguous. Being a person who studies Torah and teaches it to others, he must be aware of the impact his words have upon others. If his words are misheard or misinterpreted -- whether innocently or wantonly -- it will influence others and will reflect on the Torah and Judaism accordingly.


In this regard, the scholar must see himself as somewhat of a public figure, under public scrutiny and ideally, one from whom others will learn. And of course, there are always those who are all too eager to find faults in leaders, especially religious ones -- perhaps in the interest of somehowjustifying their own religious laxity. (Notice how focused the media always is overpriestlymisconduct (apart from society's general infatuation with such topics).) Rabbis, like political leaders, will always be quoted out of context and will have their words either naively or willfully misconstrued. (I'm sometimes amused after sending a class to be told by readers exactly what I said. ;-) Thus, the scholar should be prepared to speak out firmly and unequivocally when necessary, but should ever be aware of the consequences of errors and the potentially malicious intent of his detractors.


It's interesting to note that this quality differs somewhat from many of the earlier ones of this mishna. Most of the earlier qualities dealt with how one becomes a scholar -- through study, careful listening, eschewing luxuries etc. Here we seem to have moved beyond "how-to" and begin dealing with practical rabbinics. No matter how wise and knowledgeable a scholar you are, it might all go to waste if you're not a good politician -- or at least a good public speaker. The Talmud states that a student may not render public decisions in Jewish law if he has not received authorization from his teacher (Sanhedrin 5b). The reason in part, explains the Talmud, is simply because some people just don't speak clearly and can be misheard or misunderstood. (The Talmud proceeded to write some of the absurd laws which were promulgated on account of such miscommunications.) Thus, a scholar must "fence in" his words -- guarding himself both from innocent errors as well as willful misrepresentations. He must see himself as not only a scholar, but a spokesman -- and living embodiment -- of G-d's wisdom.


(27) Not taking credit for oneself: This quality is clearly imperative for the scholar, who must recognize that he is not G-d's great gift to the world but is merely doing his duty and at best living up to the potential G-d has granted him. This quality in fact was the subject of an earlier mishna in Pirkei Avos.


It is also interesting to note the appropriateness of this quality after the previous. Once the scholar begins to become aware of his obligation towards others -- that he represents G-d's Torah and must keep in mind what others will learn from him, it is very easy for him to live for his image. The scholar now rightly sees himself as a public figure, a role model for Jew and Gentile alike. Well, it's very easy to get caught up in such a holy mission -- representing something bigger than oneself -- and just as easily forget what that mission is all about (almost regardless of how well you carry it out). The more I focus on my task of showing *you* the beauty of Torah, the less I remember to see it myself. Recent and past history is replete with people who fought hard and vicious for a holy cause and who became very unholy in the process. Our mishna thus finds need to remind the scholar who he is and to place his mission in perspective. He is not out to save the world -- to make saints out of everyone else. He is fulfilling his own mission -- to G-d. He must constantly see himself as the humble servant following his Master's bidding. And then hopefully, upon seeing the truth and sincerity of his own mission, others will follow as well.

Vasco Graça-Moura


Vasco Graça Moura


Move-se com o mesmo à vontade nos terrenos da política e da escrita. Acaba de publicar um novo romance. Vasco Graça Moura, poeta e deputado europeu, é o convidado de Carlos Vaz Marques, esta segunda-feira, depois das sete da tarde.
( 19:05 09 de Setembro 03 )
Carlos Vaz Marques
REGISTO AUDIO
1ª Parte2.Parte3-Parte


fanny
fanny, a grande
amiga de minha mãe,
ossuda, esgalgada,
de cabelo escuro e curto,
e filha de uma inglesa,

tinha um sentido prático
extraordinário e era
muito emancipada, para
os costumes da foz
daquele tempo.

uma vez, estando
sozinha no cinema, sentiu
a mão do homem a
seu lado deslizar-lhe
pela coxa. prestou-se a isso e

deixou-a estar assim,
com toda a placidez. mas abriu
discretamente a carteira de pelica,
tirou a tesourinha das unhas
e quando a mão no escuro

se imobilizou mais tépida,
apunhalou-a num gesto
seco, enérgico, cirúrgico.
o homem deu um salto
por sobre os assentos e

fugiu num súbito
relincho da
mão furada.
fanny foi sempre
de um grande despacho,

na sua solidão muito
ocupada num escritório. um dia
atirou-se da janela
do quinto andar
e pronto.


Vasco Graça Moura,
Poemas com Pessoas (1997) in Poesia 1997/2000, Lisboa, Quetzal, 2000.

VASCO GRAÇA MOURA
Nasceu em 1942, na Foz do Douro, no Porto. Formado em Direito na Universidade de Lisboa, exerceu vários cargos públicos: foi Secretário de Estado de dois Governos Provisórios (1975) e desempenhou funções directivas na RTP (1978), na Imprensa Nacional - Casa da Moeda (1979-89) e na Comissão para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses (1989-95). A partir de 1996, dirigiu o Serviço de Bibliotecas e Apoio à Leitura da Fundação Calouste Gulbenkian. Em 1999, foi eleito deputado ao Parlamento Europeu.

A literatura, a investigação e a política são áreas privilegiadas da sua actividade.

Publicou o seu primeiro livro em 1963. É autor de uma vasta obra, com mais de sessenta títulos publicados nos domínios da poesia, do ensaio, do romance e do teatro. Dedica-se também à tradução (Dante, Shakespeare e Rilke, entre outros autores) e é autor de duas peças de teatro. Foi distinguido com vários prémios, entre os quais o Prémio Pessoa (1995), o Prémio de Poesia do PEN Clube (1997) e o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores. Em 1997 foi-lhe atribuída a medalha de ouro de Florença pelas suas traduções de Dante.Alguns destaques na obra de Vasco Graça Moura:

Poesia:
Modo Mudando (1963)
O Mês de Dezembro e Outros Poemas (1976)
A Sombra das Figuras (1985)
Sonetos Familiares (1994)
Uma Carta no Inverno (1997)
Testamento de VGM (2001)
Antologia dos Sessenta Anos (2002)

Ensaio:
Luís de Camões: Alguns Desafios (1980)
Camões e a Divina Proporção (1985)
Sobre Camões, Gândavo e Outras Personagens (2000)

Romance:
Quatro Últimas Canções (1987)
A Morte de Ninguém (1998)
Meu Amor, Era de Noite (2001)
Diário e Crónica:
Circunstâncias Vividas (1995)
Contra Bernardo Soares e Outras Observações (1999)
Para saber mais sobre Vasco Graça Moura


Durante a última semana, Poesia & Lda tem mantido uma interessante conversa com Vasco Graça Moura (Porto, 1942) que vale a pena partilhar. Uma conversa a pretexto de nada. Uma vez mais, um pretexto apenas para falar de poesia.
João Luís Barreto Guimarães – O real tem constituído, ao longo dos tempos, uma (pre)ocupação permanente dos poetas. Regressa-se agora a um real de onde, eventualmente, nunca se partiu por completo. Que apelo é esse que a realidade exerce sobre o escritor que o leva a escrever? Que vício é esse que leva o poeta a ousar apreendê-lo, por palavras?
Vasco Graça Moura – As palavras estão presas ao real. Não há praticamente nenhuma poesia, nenhuma literatura, que sobreviva se não houver uma especial coerência entre elas e a realidade. Talvez o mesmo se possa dizer em relação a todas as outras artes, sendo certo que, na música, estas coisas se põem em termos qualitativamente diferentes (provavelmente na música, e no Ocidente, o sistema tonal tende a exercer a mesma força de atracção que o real). Estas coisas para mim põem-se em termos de uma extrema simplicidade, sem altos voos filosóficos, num plano prático e corrente dos significados. É claro que a espessura do real é múltipla: tanto inclui o onírico como o pensamento abstracto. Eppure... é sempre o real.
Hoje, assim como nas artes o fim do século XX parece ter ficado assinalado por um "neo-figurativismo" (outra vez o real...), também na poesia se regressa ao real (subjectivo e objectivo) em muitas modalidades. O escritor é um ser humano que utiliza as palavras com um certo nível de exigência qualitativa. Capturar o real, mesmo que seja para fazê-lo "inflectir", é um dos seus objectivos. É provável que o cinema e a fotografia tenham contribuído para acentuar essa necessidade. Não penso que se trate de um vício, mas de uma condição inelutável. A literatura é uma forma de criação artística pela palavra, mesmo quando tenta convocar outras áreas (veja-se, por exemplo, a ekphrasis). A sua relação com o real decorre naturalmente desta condição verbal.
JLBG – Agrada-me pensar a poesia contemporânea à imagem de um funil onde de um lado se caldeassem cinema e fotografia, como referiu, mas também pintura, escultura, música, filosofia, sociologia, e do outro se desse a beber uma bebida plural. Não lhe vou perguntar, naturalmente, se o rótulo dessa garrafa traz escrito “Pós-modernidade”, antes o seguinte: Agora que as diversas disciplinas da arte experimentaram o verdadeiro sabor da interdisciplinaridade, alguma vez voltará, em sua opinião, essa noção de arte pura e impoluta, no sentido clássico do termo?
VGM – Penso que não. De resto, talvez uma arte pura de "contaminações" nunca tenha existido, a não ser para algumas teorias do segundo quartel do século XX. As artes tiveram sempre pontes entre si. Na literatura, isto vem desde Homero e o escudo de Aquiles no canto XVIII da Ilíada. Passa por Dante e pela presença das artes na Divina Comédia, sobretudo no Purgatório. E estou a pensar em Ficino, que forneceu ao Boticcelli programas iconológicos inteiros (como a obra de Dante lhos forneceu), ou em Camões, que tem incursões "plásticas" perfeitamente do seu tempo: o retrato de Tritão, nos Lusíadas, é feito à maneira de Arcimboldo. As ninfas da Ilha dos Amores antecipam algumas formas de Rubens, assim como as flores e frutos ali descritos lembram a natureza morta holandesa e flamenga de finais do séc. XVI, princípios do séc. XVII.
E o que faz o Cesário com o piquenique de burguesas? A pós-modernidade não será o regresso, mais em bruto, da citação e da colagem, de modo a "refigurar" um real que correntes anteriores do séc. XX tinham simulado esquecer ou feito por esquecer? O que há é maneiras diferentes de procurar essas correspondências, seja recorrendo à metáfora, seja à descrição, seja ainda a imitações ou simulações de processos estruturais. Por exemplo, o Eugénio de Andrade recorre predominantemente às metáforas para encontrar equivalências, enquanto o Sena da Arte da Música é mais descritivo. Não lhe parece?
JLBG – De facto, quando relembro a rapariga de Cesário, em “Num Bairro Moderno”, por exemplo, com o seu cabaz de frutos, legumes e hortaliças, ocorre-me sempre a imagem de certas figuras de Arcimboldo. O que me leva a colocar-lhe a questão da poesia enquanto jogo, lúdico e virtuoso, oficinal e formalista: O lado mais lúdico da poesia será incompatível com a sua espessura reflexiva? Existirá mesmo uma poesia séria, dos grandes temas como a fugacidade do tempo e a inevitabilidade da morte, por oposição a uma poesia menor, das pequenas coisas quotidianas? Mais ainda: Essa eventual mudança de paradigma reflectirá contemporaneamente a perda de referentes, de valores, do divino?VGM – Lúdico, aqui, não coincide necessariamente com situações bem-humoradas. Um dos poemas mais lúdicos da nossa literatura é o labirinto de Camões "Corre sem vela e sem leme / a nau que se vai perder", primeiro (creio eu) grande exercício combinatório das nossas letras e que tem mais a ver com o trágico do que com outras categorias. O mesmo se diga dos "violons longs" do Verlaine ou das "arcadas / do violoncelo do Camilo Pessanha", em que o patético resulta de um jogo musical de sonoridades. Há, decerto, grandes temas que podem contrapor-se a uma poesia do quotidiano mais imediato e corriqueiro. Assim como há poesia de grandes voos filosóficos e poesia de grandes mergulhos eróticos (e nesta contraposição até o adjectivo "grandes" tem implicações diferentes).
Mas um minúsculo poema pode conter (e contar) muita coisa. E a categoria de poesia menor é muito discutível. O Eugénio dizia, com muita injustiça, do Pedro Homem de Mello que este era "um grande poeta menor"... Olhe o Carlos Queirós: "Português e vivo / é diminutivo. / Só fazemos bem / Torres de Belém". Ou o José Fernandes Fafe: "Compreende-se tudo / de repente: / São oito séculos a ver o sol morrer / afogado no mar / diariamente" (cito de memória e não garanto a pontuação...).
Também não penso que a mudança de paradigma reflicta a perda de valores. A perda de valores, a angústia perante ela e o sentimento de uma irrecuperabilidade deles, também tem sido uma constante em certos lamentos poéticos desde há muitos séculos. A mudança de paradigma está talvez em que, hoje, se vê o "poético" em realidades ou situações a que antes não se atribuía essa qualidade, o que também acontece na cultura em geral.JLBG – Estou correcto se inferir que, na sua opinião, tudo ou quase tudo pode ser matéria de um poema? Ou, existirá um limite formal, de linguagem, a partir do qual já não se pode chamar à “coisa”, poesia? E ainda isto: Na sua actividade como escritor – perante a matéria-prima em estado bruto, tem desde logo a clara noção se o instante lhe vai exigir um poema, uma crónica ou um texto em prosa? Por outras palavras: é a matéria-prima que determina o género literário ou o virtuosismo do escritor que o impõe?VGM – O ideal seria que o poeta tivesse uma tal oficina que pudesse escrever um poema sobre o que quer que lhe apetecesse. Na prática, est modus in rebus… Na minha actividade, é frequente achar que uma ideia pode converter-se em poema, ensaio, ficção ou crónica. Aí, entra em funcionamento uma espécie de “sentido estratégico” relativamente ao texto: O que é que eu quero dizer? Como é que posso dizê-lo melhor ou mais eficazmente?
Mas também acontece que certas virtualidades só surjam in actu, no próprio momento da escrita, e aí podem obrigar a uma inflexão de um género para o outro. De qualquer maneira, eu não me programo para escrever isto ou aquilo. Funciono mais ao sabor do que me apetece fazer e o texto que resulta é um desenvolvimento desse apetite… Se, a partir de dois ou três decassílabos, pode acontecer que não se saiba ainda se aquilo vai dar um soneto ou não, a verdade é que o virtuosismo pode suscitar uma opção específica: Por exemplo, se eu resolver escrever uma sextina, ou um labirinto à boa maneira maneirista, ou um soneto em espelho, que possa ser lido indiferentemente do princípio para o fim ou do fim para o princípio, ou umas “voltas a mote”, ou uma canção de estrutura canónica, normalmente tenho de começar pela escolha da forma e ir acertando o tratamento da matéria com as exigências do espartilho escolhido. Mas enfim, em nada disto há regras absolutas.
JLBG – Será isso que explica que certos poemas em verso branco, em forma livre, nos pareçam por vezes mais perfeitos do que, por exemplo, alguns sonetos ou sextinas? A sua noção de poema compreende o conceito oficinal de "poema perfeito"? O que poderá ser isso de “poema perfeito”?
VGM – A questão, com toda a franqueza, não me parece muito bem colocada. O sentido da perfeição sobrepõe-se a quaisquer conceitos oficinais. Por exemplo, é discutível que as redondilhas "Sobre os rios que vão", de Camões, sejam oficinalmente perfeitas. Há quem tenha feito a análise de toda uma série de características do poema (repetições, hipérbatos, anacolutos, cacófatos, etc.) para considerá-los "tiques de velhice". A este respeito, já uma vez citei o Adorno, quando ele diz, a propósito do estilo de maturidade em Beethoven, que nos grandes artistas as obras de maturidade representam as catástrofes. Ele refere-se também às regras de "escola" que são transgredidas pelo artista face à pressão daquilo que precisa de exprimir ante o pressentimento de uma aproximação da morte. Ou seja, no plano oficinal, o poema de Camões está longe de ser perfeito.
E todavia o poema parece-me "perfeito" no plano de que estamos a falar. É mesmo, para mim, o maior poema lírico da literatura ocidental... Por outro lado, todos conhecemos poemas oficinalmente perfeitos que valem muito pouco. A questão coloca-nos perante o mistério da arte, aquilo que escapa a toda a dissecação, que tem a ver com um certo sentido de inefabilidade e com uma fenomenologia da fruição estética. Para mim, a oficina, a técnica, o que se lhe quiser chamar são meras condições, é certo que condições sine quibus non, mas, para além delas, tem de haver mais alguma coisa no resultado. A perfeição pode ser atingida pela transgressão das regras. Sentimos que um poema é "perfeito" quando da sua leitura nos resulta uma plenitude que não alcançaríamos de outro modo. Mas isto também é uma perífrase que não resolve nada...
JLBG – Era esse sentido de "perfeição", pela transgressão das regras, a que me referia: Um "poema perfeito" pode bem ser essa rosa que se ergue pelo caule, em toda a sua harmonia, mas que devolvida à jarra nos deixa os dedos a sangrar. Um "poema perfeito" terá que ter arestas, independentemente do seu tema, a questão estará, parece-me, em não as limar em demasia, antes torcer a palavra até ao osso. O que me sugere esta derradeira pergunta: Que papel antevê para a poesia nos dias de hoje? A mesma secreta arte de alguns, para alguns? O regresso do poeta às preocupações sociais? Mais ainda: O poeta, os escritores em geral, terá o direito – é uma pergunta provocadora, bem sei – de se manter autista perante os sinais que a sociedade envia diariamente?
VGM - Não antevejo para a poesia um papel muito diferente daquele que pode caber às outras formas de expressão literária ou artística. O que se espera de um escritor é que faça literatura. O criador está colocado perante a necessidade de se exprimir, na sua singularidade humana e num domínio que não é propriamente utilitário (a não ser nas indústrias do best-seller...), utilizando determinados recursos que a sua capacidade e a sua orientação lhe proporcionam. A mesma singularidade humana que o faz ser criador determinará as modulações específicas da sua produção: intimismo, poesia "pura", intervenção social, reflexão filosofante, aproximação de outras áreas da criação, poesia do quotidiano, poesia concreta, etc., etc., mesmo, se disso carecer, um certo "autismo" alheado de tudo o mais - tudo isso é um problema que só diz respeito a ele e à sua liberdade e ele tem o direito inalienável de resolvê-lo como muito bem entender. As sociedades e o tempo encarregar-se-ão de validá-lo ou não. O criador propõe-se e expõe-se. Mas impõe-se? A resposta não é ele quem pode dá-la...