Porto, 21 de Janeiro, 2009
Caro Sr. Doutor Boaventura de Sousa Santos,
Bem o Você gostaria de pensar as questões estratégicas para fora da Sociologia do terceiro estado em que se embevece com fantasmas. E vai engendrando semi-mentiras políticas ou reprováveis comparações de colonizações e abstractas conspirações ou de inimagináveis versões da história política contemporânea e exegeses bíblicas absolutamente inadimplementares. O que resta ainda, não negligenciável, de Himmler na sua cabeça?
Resposta ao seu artigo “Requiem por Israel?” VISÃO 15(?) de Janeiro de 2009
1. Em primeiro lugar a desproporção: basicamente você está a falar de moralidade de Guerra. O que é moral na guerra? Porque como diz Michael Walzer a proporcionalidade baseia-se em argumentos de perspectiva estratégica futura e porque não se tem conhecimento positivo mas especulativo do futuro nos actos de defesa contra o seu território como é evidentemente o caso de Israel, é preciso ser muito cauteloso no uso descriminado dessa justificação. Serão os atentados permanentes e continuados contra a população civil de Israel especialmente junto à faixa de Gaza?
2. O senhor Boaventura Santos fala das forças ocupantes? O senhor devia com conceitos tão distorcidos da realidade geopolítica ter vergonha da cátedra de Sociologia que ocupa. Parece isto ser a única ocupação que vemos ilegítima, a sua! Como muito bem diz Ehud Barak sobre Gaza: “Dentro do seu escopo delineado, esta foi uma Guerra electiva justificada. Há limites para a paciência. Durante oito anos os civis israelitas foram alvos com um simples objectivo: matar homens, mulheres e crianças; acções hostis foram concebidas para matar ou raptar soldados.”
3. Foram levadas a cabo políticas de restrição que não funcionaram. “O movimento Hamas tomou o controlo de metade da população palestina na faixa de Gaza, e usa esses cidadãos cinicamente por vezes mesmo com crueldade. Transformou-os em reféns, e às suas casas em lugares de lançamento de mísseis e foguetes mesmo no coração de cidades e aldeias.” Isto, o Sr. Boaventura Santos não consegue minimamente iludir.
Como convém saber: se o Hamas fosse sensível ao seu próprio povo não agiria com cinismo criminoso escondendo-se atrás de homens, mulheres e crianças como escudo humano, e muitos dos ferimentos infligidos a civis podia ter sido evitado.
Ehud Barak afirma com o nosso total consentimento: “nós não somos indiferentes ao sofrimento humanitário. Durante a guerra, fizemos 250 mil chamadas e distribuímos flyers aos residentes advertindo-os para deixarem as zonas de combate.”
A operação Cast Lead, de uma forma predominante tratou do terror da organização Hamas e destruiu a sua pesada infraestrutura, os seus silos de armamento, as rampas de lançamento de foguetes e os seus operacionais terroristas.
O verdadeiramente surpreendente é que este ataque não houvesse acontecido antes. Israel suportou o insuportável: mais de 4000 foguetes palestinos que se não causaram mais mortes foi devido ao imenso esforço realizado pela protecção passiva das populações do sul de Israel, em forma de bunkers.
Exigir um cessar-fogo em determinadas circunstâncias às operações militares de Israel é uma imoralidade assim como um gravíssimo erro estratégico. O Objectivo político da EU da comunidade internacional e dos Srs. “bem-pensantes” como o Sr. Boaventura Santos não deve ser um cessar-fogo sem mais, mas um alto ao terrorismo a partir de Gaza.
4. Sobre os media e a manipulação: a estratégia, por exemplo, da CNN, diz Alan Dershowitz (The Guardian 8 January 2009 - The criminal cynicism of Hamas) parece funcionar melhor, pelo menos em algumas partes do mundo, contra Israel do que funcionaria contra outras nações. Há muitos mais protestos - e fúria – dirigida contra Israel quando inadvertidamente mata menos que 100 numa Guerra justa de auto-defesa do que contra Árabes e nações muçulmanas e grupos que deliberadamente matam de longe muitos civis com uma razão não legitimada. Não é a natureza das vítimas desde que mais árabes e civis muçulmanos são assassinados cada dia em África e no Médio Oriente por Governos árabes e Muçulmanos e grupos com pouco ou nulo protesto. O Sr. Boaventura Santos faz parte obviamente do número dos “alheados” do mundo.
5. A Bíblia é um livro violento? O tanach? Terá lido o Sr. Boaventura Santos, por uma vez bem, a Bíblia? Veja esta expressão:
Dovid, o poeta sensível e magnífico cantor, estava interessado na justice e no futuro bem-estar da nação. Era essencial que ensinasse ao jovem Salomão significado duma liderança forte como lidar com um problema antes do surgir duma crise.
Por isso caro Dr. Boaventura Santos a bíblia é além de mais ensinamento da vida.
Como Reis, Dovid e Salomão tinham que ser devotados à Torah de HASHEM, à justiça social, e a eternidade da nação.
Ora bem é esta eternidade de Israel que o aturde caro Senhor Boaventura Santos?
Como diz Valéria Campos na Agência Carta Maior onde você tem também amesendação: “Desculpe frustrá-lo mas... Israel vai vencer! Mais ainda, vai prevalecer! Acontece que este "violento"e "sangrento" livro, a Bíblia, vai se cumprir letra por letra, não passará um só til que não se cumpra, aceitando você ou não.”
Para não perder muito tempo com a sua gazetilha anti-semita e de pesudo-cientificidade e pró-islamista e contrária à moral e à realidade geopolítica com o a entendemos: velayat-e-faqih” do sr. Mahmoud Ahmadinejad.
9. o Estado de Israel tem direito de existir?” Não quererá você antes dizer: “os judeus têm direito de existir?”. A esta luz o seu artigo ganha uma nova e monstruosa profundidade.
10. - Mercaz Harav -Deut. 25:17-18).
Andre Verissimo
(Andre Moshe-Prera)
Líder OrAhayim, Docente universitário, ensaísta