Thursday, December 15, 2005
O fundamentalismo islâmico
Shalom Chaverim,
Walel Bastos
Publicado na Zero Hora, de Porto Alegre, sobre o título rumores de guerra, onde um jornal britânico especula, a meu ver um disparate, a possibilidade de Israel atacar, em Março do próximo ano, o Irão. Dentro desse contexto é bom lembrar que, recentemente, a Europa, os Estados Unidos, a ONU e Israel ficaram escandalizados pela audácia das declarações do presidente iraniano, Mahmud Ajmadinejad, sugerindo que a Alemanha e a Áustria deveriam receber o Estado israelita em seu território e negando o Holocausto sofrido pelos judeus durante a II Guerra Mundial.O Estado de Israel, que foi qualificado "tumor" pelo presidente iraniano, considera cada vez mais o Irão como uma ameaça directa para sua segurança e o acusa de querer ter acesso a armas nucleares sob a cobertura de um programa nuclear civil.
Mas as preocupações de Israel mostram também, a verdadeira face do Islamismo, em relação ao Ocidente. Recentemente, a deputada Pilar Rahola, do Parlamento Espanhol e do Parlamento Europeu advertiu: "A Europa pensa que se Israel não existisse o mundo seria mais seguro. Não vê que as mesmas redes de tráfico de armas, dinheiro e terrorismo usados contra Israel atingem também outros países ocidentais. Agora, graças à hipocrisia, a Europa deixa o fundamentalismo islâmico reinar no continente". A parlamentar está certa, se observarmos, atentamente, para os ataques, mortes e destruição de propriedades, por grupos muçulmanos na Inglaterra, França e Alemanha, além da continuação do terrorismo em Israel, apesar da devolução dos territórios e do empenho de Ariel Sharon, Shimon Peres e do líder palestino Mahamoud Abbas, em favor da paz. Este último, sem sustentação política e apoio dos países muçulmanos, é até considerado traidor. Pela audácia, o novo presidente iraniano, parece querer ocupar o lugar de Saddam Hussein no mundo islâmico para liderar a revolução fundamentalista contra os infiéis ocidentais.Estes temores estão reavivados desde Outubro pela afirmação de Ajmadinejad de que Israel devia ser "varrido do mapa".
As afirmações de Ajmadinejad demonstram que o regime iraniano, além de ser extremista e de querer erradicar o Estado de Israel, é um regime racista e anti-semita. O mundo não apenas deve condenar estas afirmações, mas redobrar os esforços contra a corrida iraniana rumo ao armamento nuclear. Estas declarações do chefe de Estado iraniano são um "sinal de alarme" que deve fazer com que o mundo compreenda o que deve ser feito. É preciso levar estas declarações a sério e fazer todo o possível para impedir o Irão de possuir uma capacidade nuclear. Se obtiver uma arma nuclear, fará todo o possível para destruir Israel e os países europeus e à Rússia devem seguir os Estados Unidos para apresentar urgentemente a questão do programa nuclear iraniano ante o Conselho de Segurança das Nações Unidas. O presidente iraniano, eleito em Junho, escandalizo o mundo ocidental ao sugerir que "Alemanha e Áustria entreguem duas ou três de suas províncias para o regime sionista e o problema será solucionado na raiz"."Os países europeus insistem no fato de que cometeram um genocídio judeu durante a Segunda Guerra Mundial e que, portanto, devem apoiar o regime de ocupação de Al-Qods (Jerusalém). Nós não aceitaremos", acrescentou em tom de desafio aos países ocidentais. Há algum tempo, a Assembleia-geral da ONU adoptou por unanimidade uma resolução condenando aqueles que negam a Shoah (o genocídio cometido pelos nazistas).
Da História tiramos muitas lições. Em 1938, a pacífica e democrática Checoslováquia foi a primeira vítima de Hitler. Quando o Fuhrer ameaçava, França e Inglaterra a apontavam como culpada pela tensão pré-guerra. Hoje é Israel?
- Esse país insolente deve ceder a paz - dizia o premier inglês Neville Chamberlain, em relação à pacífica Checoslováquia. No Tratado de Munique(Alemanha) as potências europeias de então claudicaram, Praga Cedeu, a Checoslováquia foi invadida e ocupada e o que seguiu não foi a paz mas a pior guerra já vista envolvendo o mundo todo. Convencido da debilidade de seus adversários, Hitler avançou sobre Varsóvia, Amesterdão e Londres.
Esta lógica de Munique está revivida hoje na Europa e a vítima é Israel.Frente ao terror os europeus pregam: Israel deve ceder para salvar a paz. É falácia, o fundamentalismo islâmico não está atrás de territórios, mas da destruição de Israel e do mundo ocidental. A Europa e o Ocidente estão cegos. Se como Praga, Israel cai, o que virá na França, com milhões de muçulmanos e fundamentalistas ganhando poder também na Inglaterra, Alemanha, Espanha e Portugal? Israel é o campo de batalha onde o Ocidente lança seu futuro, na opinião correcta de Rahola Pilar.